Politica

Alencar diz desconhecer acordo para delação premiada de Valério

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postado em 23/03/2009 14:09
O vice-presidente da República, José Alencar (PRB), afirmou nesta segunda-feira que espera que, com a delação premiada, o empresário Marcos Valério de Souza colabore com "informações completas". Alencar disse que essa é sua opinião como "brasileiro". Ele afirmou, no entanto, desconhecer detalhes sobre a negociação entre a defesa do empresário e o Ministério Público. "Vou responder como brasileiro. O que nós desejamos é que venha à tona toda a verdade, se essa decisão dele de entrar nessa delação premiada possa trazer informações completas a respeito do problema é isso que devemos aplaudir", disse Alencar, que participou de sessão de homenagem na Câmara dos Deputados. Bem-humorado, o vice-presidente disse que desconhecia os detalhes da suposta negociação entre a defesa de Valério e o Ministério Público para que ele preste informações em troca da delação premiada. "Eu devia estar de baixo do chuveiro [enquanto a notícia era divulgada no noticiário da televisão]", afirmou. Negociações Reportagem de hoje informa sobre uma conversa ocorrida entre os advogados de Valério e o Ministério Publico com o objetivo de reduzir ou isentar o empresário de uma possível pena em troca de informações que podem levar a novas provas do esquema do mensalão. A defesa de Marcos Valério, no entanto, negou ter ocorrido qualquer negociação de acordo de delação premiada para ele. "Não tenho nada a declarar sobre isso. Não há conversas", afirmou à reportagem o advogado Marcelo Leonardo, que defende Valério. Porém, as negociações são mantidas sob rigoroso sigilo. O objetivo com isso, por parte do Ministério Público, é reunir provas substanciais, ampliando, inclusive, o rol de acusados. Outra hipótese seria recuperar recursos no exterior desviados pelo empresário. Suprema Corte Como tramita ação penal contra 39 réus do caso, cabe ao relator Joaquim Barbosa, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), decidir sobre a delação premiada, que terá ainda de ser aprovada pelos demais integrantes da Suprema Corte. Valério é acusado de ser o operador de esquema de repasses de cerca de R$ 55 milhões a congressistas, entre 2003 e 2004. É acusado ainda de ter sido o mentor de prática semelhante em 1998, na campanha eleitoral que tentou reeleger o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB).

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