postado em 24/03/2009 10:19
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz retificou três vezes seu depoimento. Depois que esteve no Ministério Público Federal no dia 12 de setembro passado, para detalhar os meandros da Satiagraha - operação da PF comandada por ele e que resultou na prisão temporária do sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas -, o delegado visitou outras três vezes a Procuradoria da República no Distrito Federal para ;esclarecer; e ;retificar; detalhes de sua primeira declaração.
A cada ida ao Ministério Público, Protógenes apresentava versões distintas. Uma das diferenças que chama a atenção se dá entre o primeiro e o último depoimento, realizado na semana passada. Em setembro, Protógenes foi categórico ao afirmar que tanto o juiz Fausto De Sanctis quanto o procurador da República Rodrigo De Grandis ;sabiam do auxílio; da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Satiagraha. No último dia 18, o ex-chefe da Satiagraha disse que os dois ;não foram informados sobre a participação de agentes da Abin; na operação.
Protógenes também modificou sua versão original sobre as participações de integrantes da Inteligência Militar (Aeronáutica). Na primeira vez que falou ao Ministério Público, o delegado da Polícia Federal disse que ;coube a Idalberto; (militar da ativa) a responsabilidade de acompanhar deslocamentos de aeronave ;e a Rodopiano (militar reformado) a de levantar a localização de aeronaves;.
Apenas 11 dias depois, no dia 23 de setembro, o delegado procurou novamente o órgão para ;retificar; suas declarações. Disse que Rodopiano ;levantou a localização do deslocamento de aeronaves, e não o sargento Idalberto;. A Idalberto, afirmou Protógenes em seu novo relato, coube ;apenas; a indicação de Francisco Ambrósio do Nascimento para ;colaborar com a investigação;.