Politica

Servidores do Senado querem reajuste para compensar perda das chefias

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postado em 25/03/2009 08:49
Em meio a uma crise administrativa e outra econômica mundial, os servidores do Senado esperam receber uma boa notícia em breve. O sindicato dos funcionários apresentará nesta semana ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), uma proposta de reajuste salarial para compensar a recente perda das chefias. ;Queremos que haja uma acomodação dessa lógica numa outra estrutura;, disse ontem ao Correio o presidente do Sindicato dos Servidores Legislativos (Sindilegis), Magno Mello. O presidente do Sindilegis diz que essa seria uma forma de ;reestruturar; a carreira dos funcionários. Segundo ele, a Casa pode parar caso os servidores não sejam compensados pelas perdas das gratificações. ;Se a gente aderir ao discurso de que a crise econômica impede a solução, o sofrimento dos colegas perdurará. Se queremos um Senado produtivo, isso é necessário;, ressalta. ;A Mesa Diretora tem que enfrentar um dilema: ou se desgasta com a sociedade discutindo esse problema conosco ou se desgasta ainda mais deixando o Senado à deriva.; O sindicalista argumenta que o último aumento linear dado aos servidores foi em 2004. A média salarial dos 3,3 mil funcionários efetivos do Senado é de R$ 12 mil, cerca de 25 salários mínimos. Com o bônus dado a quem ocupa uma função diretiva, o valor beira os R$ 15 mil. Para Magno Mello, os servidores do Senado não ganham à altura da responsabilidade que assumem. ;O Senado trabalha com um mercado muito específico, dos servidores que desempenham atividades essenciais ao Estado. O Senado não pode se comparar a uma padaria, mercearia e supermercado;, explica. A Casa gasta, por ano, R$ 2,1 bilhões com sua folha de pagamento, incluindo os efetivos, os 2,2 mil aposentados e os 2,8 mil de confiança. O argumento do sindicato para o reajuste é o de que o crescimento desenfreado de diretorias nos últimos anos ocorreu para dar gratificações nos salários e suprir a ausência de aumentos oficiais. Isso criou um efeito cascata para os demais cargos. Não só quem é diretor ganhou o extra. Praticamente todos os funcionários passaram a receber um bônus correspondente às demais funções entre R$ 1,3 mil e R$ 2,3 mil mensais. ;Essa maneira foi um estepe. Não foi a escolhida pelos servidores. É preciso substituir por algo mais sólido;, diz o sindicalista. ;A boa parte dos problemas vivenciados vem da inconsistência no plano de carreira, que não está correspondendo a um sistema em que o servidor seja remunerado de maneira satisfatória;, argumenta. O sindicalista diz que o objetivo é usar os recursos das gratificações para dar o aumento salarial. ;Entendemos o cenário econômico, as adversidades. Teremos que trabalhar com o mínimo de aumento de despesa possível. Se redistribuirmos a atual despesa sem aumento, melhor ainda;, afirma. O sindicato alega que a remuneração dos servidores do Senado está 45% defasada em relação a outros órgãos públicos. A entidade, porém, trabalha com menos da metade desse índice. ;É difícil estabelecer um número. Se a possibilidade chegar a 20%, será esse. Mas tem que ser suficiente para responder a essa lógica: colocar o servidores do Senado numa situação em que haja justiça;. Para a empreitada sindicalista ser bem sucedida, a proposta tem que passar pelo plenário das duas casas do Legislativo. Redução Ontem, Heráclito Fortes anunciou a criação de uma comissão para reduzir de 38 a 20 o número de secretarias, conforme antecipou o Correio. A decisão, segundo ele, vai também diminuir os diretores das subsecretarias, estimados em 75. Somando os demais servidores com o mesmo status em órgãos sem o perfil de secretarias ou subs, chega-se aos polêmicos 181 diretores. ;Muitas das atuais secretarias voltariam a ser subsecretarias ou coordenações;, afirmou o senador. A comissão, formada por servidores, terá 30 dias para entregar uma proposta de reforma administrativa. Os trabalhos serão feitos em conjunto com a auditoria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), assinada na semana passada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O peemedebista, aliás, ontem tentou minimizar a crise administrativa e evitou comentar o assunto com profundidade. ;Procurem o primeiro-secretário. É função dele dar todas as informações necessárias aos senhores. Eu não tenho essa função de gestor da Casa;, disse. Sarney fez uma reunião de líderes partidários para definir uma pauta de votações e tentar retirar o foco das denúncias de irregularidades internas. No encontro, os senadores mostraram-se dispostos a mudar o clima na Casa, acirrado ainda mais depois do vazamento de despesas feitas pelo senador Tião Viana (PT-AC), que perdeu em fevereiro a eleição pelo comando do Senado para Sarney. Ontem mesmo, o plenário reagiu e aprovou indicação de autoridades e projetos, como o que tipifica o sequestro relâmpago. Pres. do Sindilegis fala do reajuste salarial no Senado:

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