postado em 25/03/2009 15:52
Depois de atuar como bombeiro para solucionar a crise entre PT e PMDB no Senado, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse nesta quarta-feira (25/03) acreditar que o racha entre os dois partidos tenha sido superado. Múcio reconheceu, no entanto, que "ventos nunca vão deixar" de atingir o Senado, numa referência aos constantes atritos entre partidos aliados na Casa Legislativa.
"São os próprios senadores cientes da necessidade que o governo tem de cada um deles isoladamente, mas do conjunto principalmente, que estão resolvendo as questões. Ventos nunca vão deixar de ter, mas que sejam menos fortes", afirmou.
Na semana passada, Múcio entrou em campo para evitar um racha maior na base de sustentação do governo provocado pela onda de denúncias que vem arranhando a imagem do Senado. Nos bastidores, atribui-se o vazamento das denúncias aos grupos dos senadores Tião Viana (PT-AC) e do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP) --que se enfrentaram nas eleições para a presidência da instituição.
Enquanto aliados do petista estariam vazando denúncias contra Sarney e sua filha, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), o grupo do peemedebista teria divulgado informações contra o petista.
Viana restituiu o Senado pelo gasto feito por sua filha com um celular da Casa na viagem que ela fez ao México, nas primeiras duas semanas de janeiro deste ano. O parlamentar se recusou a informar o valor da conta. Roseana foi acusada de usar passagens do Senado para levar a Brasília um grupo de amigos e empresários - que se hospedou na residência oficial de Sarney, que não é ocupada pelo presidente da Casa.
Bem-humorado, Múcio disse que além da disposição dos senadores em solucionarem a crise no Senado a "ajuda divina" é necessária neste momento na sede do Legislativo. "Deus está ajudando, os senadores também. Estou apenas assistindo e promovendo alguns encontros", afirmou.
Irritação
Irritado com o jantar, Viana subiu à tribuna do Senado esta semana para cobrar explicações do líder peemedebista, Renan Calheiros (AL), sobre supostas críticas feitas ao petista pelo parlamentar.
Viana cobrou que Renan torne públicas as insinuações que teria feito contra ele durante o jantar articulado por Múcio. O peemedebista teria afirmado ao ministro e aos parlamentares presentes na reunião que Viana não tem "autoridade moral" para discutir ética no Senado.
"Discuto todo e qualquer assunto da vida brasileira com todo e qualquer senador da República no mais absoluto respeito e elevada consideração. Não aceito que se usem argumentos de inferir juízo de valor sobre a dignidade de ninguém pelas costas ou por recados. Então, por essa razão, antes de fazer qualquer juízo de valor sobre a suposta reunião no que diz respeito a mim, aguardarei a manifestação do senador Renan Calheiros", reagiu o petista.
Além de Múcio e Renan, participaram do encontro os senadores Aloizio Mercadante (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC) e Romero Jucá (PMDB-RR).