postado em 26/03/2009 08:43
Os senadores José Agripino Maia (DEM-RN) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA), citados por executivos da Camargo Corrêa que discutiam doações de campanha, admitiram ontem que diretórios regionais de seus partidos receberam dinheiro da empreiteira para as eleições municipais do ano passado e criticaram o "viés político" da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal, que teve como alvo esquemas de suposta lavagem de dinheiro, fraude em licitações, formação de quadrilha e evasão de divisas envolvendo a construtora Camargo Corrêa, e também investigou doações supostamente ilícitas a partidos políticos. ;São insinuações aos partidos de oposição, sugerindo um viés político. Acho que o desenrolar das investigações vai demonstrar isso;, alertou Agripino.
;Acho estranho que a Polícia Federal divulgue ou vaze uma conversa sem antes tentar esclarecer;, atacou Ribeiro. O DEM do Rio Grande do Norte, segundo Agripino, obteve R$ 300 mil, e o PSDB do Pará, de Ribeiro, outros R$ 200 mil. Ambos ressaltaram, no entanto, que as doações foram legais e informaram que têm os recibos. Agripino acredita que foi citado na interceptação telefônica por ser presidente do diretório regional do DEM no Rio Grande do Norte. ;As doações podem ter sido mencionadas como ;para o Agripino;.; O parlamentar admitiu que fez contato com um executivo da empreiteira, mas afirmou que não se lembra do nome do interlocutor.
;A Camargo Corrêa não tem uma obra em municípios em que candidatos do DEM concorreram à prefeitura;, ressaltou. ;Foi uma doação legal.; Agripino enviou o recibo, no valor de R$ 300 mil, via fax ao Estado. Ribeiro descreveu passo a passo a transferência feita pela empreiteira para o PSDB paraense. Apontou as datas -15 e 23 de setembro de 2008 - e localizou as agências e contas correntes em que o valor de R$ 200 mil foi depositado. Agripino e Ribeiro estranharam a citação de seus nomes e, mais ainda, dos partidos de oposição ao governo federal na Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal.