postado em 26/03/2009 18:06
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, negou hoje (26) que a Operação Castelo de Areia tenha tido como foco investigar partidos políticos. A operação, deflagrada ontem (25), resultou na prisão prisão de quatro diretores e duas secretárias da empreiteira Camargo Corrêa, acusados de superfaturamento de obras públicas e remessa ilegal de recursos para o exterior.
As investigações da PF apontam que a construtora teria feito doações ilegais para sete partidos políticos nas eleições municipais de 2008. Corrêa argumentou que o foco da operação eram crimes financeiros e lavagem de dinheiro e que a PF ;cruzou com os dados; envolvendo os partidos, e os repassou á Justiça, como é de sua responsabilidade.
;Não foi esse o foco [eleitoral]. Mas se esse foco se caracterizar crime, vamos apurar, independente de partido. A Polícia Federal não atua pautada por questões político-partidárias;, disse, após a cerimônia em comemoração aos 65 anos da instituição, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os partidos que teriam recebido o dinheiro são PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PSDB e PS. O DEM afirmou que pedirá à Justiça de São Paulo todos os documentos referentes à operação. E se a solicitação não for atendida, poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
;Se esses eventuais repasses são lícitos ou ilícitos, a PF não faz juízo de valor;, afirmou Corrêa, acrescentando que as investigações chegaram ao público por decisão do juiz federal Fausto De Sanctis, que divulgou relatório da PF.
No evento de 65 anos da PF, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que é vedada ;qualquer interferência política; no órgão policial.
De acordo com nota da PF, sete mandados de prisão preventiva foram cumpridos, sendo três no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo. Outros três mandados de prisão temporária ocorreram em São Paulo. A investigação teve início em fevereiro de 2008.