postado em 26/03/2009 19:17
Ao sair de uma audiência no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou que pediu explicações dos órgãos ligados ao ministério que tiveram seus nomes relacionados à operação Castelo de Areia da Polícia Federal (PF) que investiga irregularidades em obras executadas pela construtora Camargo Corrêa. "Pedi que os órgãos ligados ao ministério se manifestem e se defendam. Eu não posso ir além. Não conheço o teor e os detalhes do problema", disse ele, acrescentando que esses órgãos "terão de se explicar ao ministro o que ocorreu e se ocorreu alguma coisa".
Lobão lembrou que a Camargo Corrêa é uma "construtora de grande porte há muitos anos, respeitável e que tem muitas obras no governo". Ele acrescentou ainda que a empresa está se defendendo e que não pode falar em nome dela. Sobre o fato de sua legenda, o PMDB, ter aparecido no noticiário como um dos beneficiários de doações de recursos ilícitos da construtora, ele disse que, pelo partido, quem fala é o presidente e seus líderes. "Eu agora estou num ministério técnico." Ele disse que não tem notícia de que a Camargo Corrêa tenha colaborado para a campanha de políticos de seu Estado.
A Operação Castelo de Areia, deflagrada ontem pela PF, cita sete partidos políticos - PPS, PSB, PDT, DEM, PP, PMDB e PSDB - como supostos destinatários de doações de recursos ilícitos a partir de esquema envolvendo diretores da construtora Camargo Corrêa e doleiros. De acordo com a PF, o esquema envolvia licitações fraudulentas, obras públicas superfaturadas e remessa de valores desviados do Tesouro para paraísos fiscais.