Politica

Primeiro-secretário do Senado diz que 'tomará providências' sobre ajuda de custo

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postado em 27/03/2009 12:09
O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse nesta sexta-feira que vai tomar "todas as providências" para apurar as informações de que além de hora extra no mês de férias, 9.512 funcionários da Casa --entre ativos e aposentados-- receberam R$ 83,4 milhões de ajuda de custo referente aos meses de dezembro de 2008 e fevereiro deste ano. Heráclito evitou ainda polemizar sobre a contratação de Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como sua funcionária. Ela seria responsável pela organização dos arquivos pessoais do senador. Tenso, o senador disse que não concederia mais "tantas entrevistas" porque estava "falando demais". Ao ser questionado sobre o pagamento dos R$ 83,4 milhões, cujo pagamento não consta do contracheque dos servidores, Heráclito disse que vai tomar providências. "Já determinei ao diretor-geral (Augusto Gazineo) que tome todas as providências", disse Heráclito, evitando dar detalhes. "Desconheço essas informações. Isso é (herança) de gestões passadas e não da minha", disse. Segundo a reportagem, no final e no início de todos os anos os senadores recebem 14° e 15° salários e o pagamento é chamado de "ajuda de custo". Os servidores do Senado recebem um percentual --que varia de 3% a 30% do vencimento do senador, que é de R$ 16.512,09. Bagunça Contratada como secretária parlamentar, Luciana Cardoso disse que trabalhada de casa porque o Senado "é uma bagunça". "Trabalho mais em casa, na casa do senador. Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar 'vem aqui', eu vou lá", disse. No entanto, Heráclito evitou responder sobre as críticas de Luciana Cardoso. Segundo ele, o comentário dela diz respeito ao Senado como um todo e não exatamente ao seu gabinete. "Ela (Luciana Cardoso) diz que o Senado é uma bagunça. Eu também queria um gabinete maior (considerando que Luciana diz que o gabinete dele é 'mínimo')", afirmou. Luciana Cardoso não entrou em detalhes sobre a polêmica em torno do pagamento das horas extras durante o recesso parlamentar. "Não sei te dizer se eu recebi em janeiro, se não recebi em janeiro. Normalmente, quando o gabinete recebe, eu recebo. Acho que o gabinete recebeu. Se o senador mandar, devolvo (o dinheiro). Quem manda pra mim é o senador", disse. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), chegou hoje cedo ao seu gabinete. Também não concedeu entrevistas.

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