Politica

Controlador-geral diz que população perdeu medo de denunciar corrupção no serviço público

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postado em 30/03/2009 10:27
A Controladoria-Geral da União (CGU) recebe, em média, 5 mil denúncias de corrupção e práticas irregulares no serviço público por ano e mais da metade resultou em algum tipo de investigação. A informação é do controlador-geral da União, ministro Jorge Hage. ;No início, a população tinha medo de denunciar. Com o passar do tempo, ganhou confiança e as nossas equipes chegavam nas cidades e não conseguiam sair por conta de tantas denúncias que recebiam;, disse. Segundo Hage, a CGU montou equipe própria de auditores para verificar de 30% a 40% das denúncias recebidas, o chamado procedimento ordinário. Quando a denúncia é de menor impacto, passa a ser fiscalizada dentro de outra ação da controladoria, ou o órgão público alvo de fraude é avisado e depois, na auditoria anual, a CGU verifica se foi tomada alguma atitude em relação à denúncia. Esse último mecanismo é denominado procedimento simplificado. A população pode fazer as denúncias por meio da página da CGU na internet (www.cgu.gov.br) ou na área de protocolo da instituição. O último levantamento da CGU mostrou que mais de 2 mil servidores foram expulsos do serviço público de 2003 a 2009. Desse total, 166 ocupavam cargos de direção, confiança ou estratégicos. ;A ação correcional não se volta apenas para o peixe pequeno. Ela atinge todos os níveis. Estamos preocupados, principalmente, com as irregularidades envolvendo os funcionários do mais alto escalão;, afirmou Hage. Apesar de ter instituído um corregedor em cada ministério, os processos envolvendo autoridades em cargos de influência são investigados pela própria CGU. O objetivo é combater o corporativismo. ;Não confiamos que haja condições reais de esse processo ser feito e bem feito no órgão onde ocorreu por conta do corporativismo;. Segundo o ministro, as atividades em que o servidor mantém contato com a iniciativa privada têm atenção redobrada, pois o risco de propina e conflitos de interesse é maior. Os exemplos são a Receita Federal, a Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura (Dnit), a Previdência Social e as agências reguladoras.

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