Politica

PSDB defende CPI sobre suposto superfaturamento das obras de refinaria no Senado

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postado em 01/04/2009 08:28
A oposição desistiu de abrir uma CPI na Câmara para investigar o suposto superfaturamento das obras da Refinaria Abreu e Lima, uma parceria da Petrobras com a estatal venezuelana PDVSA, em Pernambuco. Prefere tomar a iniciativa no Senado, conforme proposta do senador tucano Marconi Perillo (GO). A intenção foi anunciada ontem pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto(AM), durante discurso no Senado, no qual exigiu esclarecimentos do ministro da Justiça, Tarso Genro, e do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correia, a respeito da operação policial Castelo de Areia, que prendeu quatro executivos e duas secretárias da empreiteira, além de outras pessoas, supostamente envolvidos em lavagem de dinheiro e doações ilegais para campanhas eleitorais. Perillo considera o vazamento da operação da Polícia Federal diversionista, num momento em que a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria ameaçada. Ele quer a instalação de uma CPI para investigar as obras da Petrobras e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Virgílio endossa a proposta, porque da forma como as denúncias foram divulgadas pela Polícia Federal, ;parece que o governo pretende criminalizar as doações legais e, ao mesmo tempo, esconder o superfaturamento da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco;. Irritado com as denúncias de que doações ilegais teriam sido feitas aos partidos de oposição ; DEM, PSDB e PPS ;, Virgílio acusa a PF de omitir informações sobre doações feitas ao PT e escamotear as investigações sobre o supefaturamento das obras da refinaria. ;Tarso Genro tem muito a explicar nesse caso;, disse. Bomba A investigação do suposto superfaturamento apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e que teria originado a operação Castelo de Areia, para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), ;é uma bomba política, um tiro no coração do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);. O DEM, cujo líder no senado, José Agripino (RN), foi um dos citados no vazamento, mas comprovou que recebeu doações legais, porém, ainda não tem uma posição sobre a CPI. Seu líder na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avalia que uma CPMI de deputados e senadores pode ser um tiro no pé. Caiado quer que a investigação fique a cargo do Senado, mas a instituição está às voltas com denúncias de mordomias e gastos desnecessários. Na Câmara, a oposição tem medo de instalar uma CPI que possa ser manipulada por setores governistas. ;Não há clima aqui para a instalação da CPI, há coisas estranhas acontecendo na Comissão de Minas e Energia;, lamenta o líder do PPS, Fernando Coruja (SC), se referindo à aprovação de requerimento do petista Eduardo Valverde (RO) pela comissão para uma audiência pública com a presença do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e representantes do Ministério das Minas e Energia, das empresas de petróleo e gás e da Confederação dos Petroleiros, para discutir os modelos de utilização e organização para exploração e produção petrolífera do pré-sal. Gabrielli revelou que o presidente Lula, por causa da crise, determinou a revisão de todos os contratos da empresa. Isso despertou, na Câmara, a reação dos lobbies das empresas contrariadas, que têm ligações com diretores da Petrobras indicados pelo PMDB. Com isso, o governo conseguiu esvaziar a movimentação para abrir uma CPI na Câmara. Os líderes do PT, Cândido Vaccarezza (SP), e do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), desde segunda-feira, trabalham para evitar o envolvimento de parlamentares das duas bancadas com qualquer iniciativa visando a instalação de uma CPI para apurar as atividades da Camargo Corrêa. Cobram dos demais líderes governistas o mesmo posicionamento. ;A Polícia Federal e o Ministério Público já estão investigando, a imprensa vem acompanhando o caso, não há necessidade de CPI;, justifica Vaccarezza

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