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Nota diz que ainda não houve decisão sobre o fim do auxílio-moradia para os deputados

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postado em 09/04/2009 08:10
Enquanto deputados resistem à ideia de acabar com o auxílio-moradia de R$ 3 mil mensais, a Mesa Diretora da Câmara voltou atrás novamente. Anunciou não haver batido o martelo sobre a reforma e divisão de 96 imóveis ao custo de R$ 81 milhões. E divulgou até uma nota assinada pelos sete integrantes titulares da Mesa para explicar que não há nada além de uma intenção. ;A Mesa recebeu estudo apresentado pelo quarto secretário, com objetivo de diminuir os gastos com imóveis funcionais (%u2026) Não houve qualquer decisão quanto ao tema;, consta de comunicado assinado pelos sete integrantes da Mesa. Apesar de ter assinado o documento, o quarto secretário, Nelson Marquezelli (PTB-SP) reafirmou que, sim, foi dado sinal verde para a viabilidade do projeto e que espera concluir todo o processo burocrático da reforma e divisão dos apartamentos funcionais até o fim de 2010. ;Vamos fazer a reforma;, afirmou, reiterando que prevê o fim do auxílio-moradia até 2013. Ele atribuiu a construção do texto ao segundo vice-presidente, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). A ideia de criar imóveis de dois quartos visa elevar o número de apartamentos de 432 para 528, o que atenderia a todos os deputados. Consequentemente, o auxílio moradia recebido mensalmente seria extinto. Colocar o fim dessa ajuda à moradia em banho-maria é uma forma de acalmar os ânimos dos parlamentares, que já começaram a se levantar contra a iniciativa. Há divisão até dentro da cúpula. Um integrante da Mesa demonstrou tanto ceticismo com o fim do auxílio que o classificou de ;bobagem;. ;Isso vem sendo discutido há muito tempo e nunca saiu do papel. Não vai sair agora;, afirmou. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB -SP), disse que a ideia é boa, sobretudo para economizar R$ 900 mil mensais com o auxílio, mas frisou que ainda não há decisão. ;O que houve foi o aplauso à ideia da economia de quase R$ 1 milhão;, disse o peemedebista. Reação no plenário Por mais de uma hora e meia, deputados se revezaram nos microfones do plenário para atacar a maneira como a imprensa divulgou as últimas decisões da Mesa Diretora: permissão ao uso da verba indenizatória com alimentação; nenhuma medida para coibir a farra com as passagens aéreas, além de determinar que cada gabinete indique um único funcionário responsável pela emissão dos bilhetes; e sinal verde para um estudo de viabilidade sobre a divisão de 96 apartamentos funcionais de quatro dormitórios, em 192 de dois quartos. Temer classificou de pancadaria as notícias.Os deputadosafirmaram que a maneira como a imprensa cobre o Congresso fragiliza a democracia. ;Precisamos reagir. Não há democracia forte sem um parlamento forte;, disse ACM Neto. Ciro Gomes (PSB-CE) prosseguiu: ;Queria ser explícito também na defesa do santuário da democracia, hoje agredido pelo descuido de uma imprensa que às vezes, na faina de bem informar, está destruindo a respeitabilidade do povo nas suas instituições;. Os deputados também reclamaram de que medidas que visam transparência não são valorizadas. ;Partir do princípio de que a instituição está permanentemente preocupada ou interessada na sua autodefesa, na preservação dos seus membros, independentemente de qualquer circunstância, é um erro grosseiro;, disse o líder do PSDB, José Aníbal (SP). » Áudio: trecho de entrevista com o presidente da Câmara, Michel Temer

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