Politica

Protógenes diz que pretende recorrer à Justiça contra seu afastamento da PF

;

postado em 15/04/2009 18:08
O delegado Protógenes Queiroz disse nesta quarta-feira que pretende recorrer à Justiça contra a decisão da Polícia Federal de afastá-lo da corporação por sua participação em um comício eleitoral em Poços de Caldas (MG), no ano passado. Ao negar ter participado do ato político, Protógenes disse que pediu aos seus advogados para analisarem a fundamentação jurídica que vai subsidiar o recurso. "Meus advogados avaliam a possibilidade de ingressar com uma medida judicial contra esse ato arbitrário que me suspendeu das funções de delegado da Polícia Federal. Acredito na Justiça do meu país. Me sinto injustiçado e perseguido pessoalmente", afirmou. Protógenes negou ter participado do comício do então candidato do PT à Prefeitura de Poços de Caldas, Paulo Tadeu, no qual teria falado em nome da Polícia Federal --o que motivou o seu afastamento da instituição. O delegado reiterou que apenas conversou com o candidato sobre assuntos de segurança pública nacional, sem prometer qualquer realização da PF no município. Apesar de negar vínculos políticos, Protógenes se reuniu hoje com um grupo de deputados e senadores de vários partidos para discutir seu afastamento da Polícia Federal. O delegado negou, porém, que seu contato com políticos tenha como objetivo o lançamento de sua candidatura a cargos eletivos. "A minha visita à Câmara e ao Senado é aos parlamentares. Como servidor público, tenho o dever de estar nesta Casa. São parlamentares de um grande número de partidos, eles que devem discutir as questões nacionais", afirmou. A PF decidiu afastar o delegado da corporação até o final do processo disciplinar instaurado contra ele no último dia 3 --por ter participado do comício político. O processo pode resultar na demissão do delegado se, ao final das investigações, ficar comprovado que ele infringiu as normas da PF ao falar pela instituição durante o comício. A PF decidiu pelo afastamento de Protógenes no último dia 9. Carta Protógenes distribuiu carta nesta quarta-feira direcionada ao "povo brasileiro e aos internautas" na qual atribui o seu afastamento da PF à atuação do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, junto ao "aparato estatal" brasileiro. O delegado disse não acreditar ser "mera coincidência" o fato de Dantas ter conquistado um habeas corpus na Justiça dias depois dele ser indiciado por quebra de sigilo funcional na Polícia Federal. "Tudo leva a crer que se trata de mais uma atitude possivelmente em favor do banqueiro condenado Daniel Dantas, semelhante a uma orquestra lufa-lufa", disse. O delegado também questionou a data prevista para a conclusão do processo disciplinar da PF, marcada para o dia 8 de julho. "Essa é a data da execução da Operação Satiagraha", afirmou. Protógenes disse que, ao ficar no foco principal das supostas irregularidades cometidas na Satiagraha, "criminosos do colarinho branco" desaparecem das atenções. "Meu alento é saber que a população brasileira não compartilha dessa perseguição sistemática e desenfreada contra minha pessoa. É por intermédio da minha fé cristã, e com esse imenso apoio popular, que diariamente renovo minhas forças contra toda injustiça."

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação