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Recursos economizados com a redução do superávit primário e da Selic serão usados em obras

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postado em 16/04/2009 08:59
Superávit primário e taxa básica de juros (Selic). Esses dois indicadores econômicos foram incorporados à campanha deflagrada para eleger a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presidente da República em 2010. Pressionados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a equipe econômica do governo e o Banco Central assumiram o compromisso de reduzir, respectivamente, a economia realizada para o pagamento de juros da dívida ; o que foi anunciado oficialmente ontem ; e a Selic. Com a iniciativa, o Planalto pretende ;levantar; cerca de R$ 60 bilhões só neste ano. A ideia é usar o dinheiro em duas frentes. Uma delas é financiar as obras de infraestrutura, sobretudo as constantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as quais estão ameaçadas pela queda na arrecadação tributária federal provocada pela crise. A outra é custear os pacotes de bondade que estão saindo do forno. As prefeituras e a indústria automobilística já foram agraciadas. Estados e frigoríficos, entre outros, estão prestes a ser atendidos. Com a diminuição da meta do superávit primário em 2009, o governo terá mais R$ 40 bilhões para investir. Se a taxa de juros cair para 9,75% ao ano, conforme a previsão do mercado, a União economizará mais cerca de R$ 20 bilhões. Segundo um ministro com gabinete no Planalto, as verbas serão liberadas para estimular a produção e, assim, tentar manter o alto nível de aprovação popular do governo e de Lula, um trunfo que será usado para dar fôlego a Dilma. ;A prioridade no momento é a garantia da retomada da atividade econômica.; O ministro alega que a decisão política de Lula tem respaldo técnico e não ameaça o equilíbrio das contas públicas. Ele diz, por exemplo, que a inflação está sob controle e que os juros continuarão em queda, o que ajudará a manter a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) em trajetória decrescente. ;A meta de superávit primário e a inflação não podiam continuar sendo dogmas intocáveis como eram no governo. Saúdo a cintura menos rígida do BC. As decisões darão um oxigênio orçamentário importante para o socorro aos municípios e aos setores produtivos, além de garantir os investimentos;, diz o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo na Câmara. ;Aplausos mais uma vez para o governo. Foi uma jogada política correta;, reforça o líder do PMDB na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN).

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