Politica

Ex-de Galisteu devolve R$ 2.405 à Câmara para ressarcir passagens de apresentadora

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postado em 17/04/2009 17:02
O deputado Fábio Faria (PMN-RN) devolveu à Câmara os gastos com as passagens aéreas pagas para sua ex-namorada, a apresentadora Adriane Galisteu. Faria depositou na quarta-feira R$ 2.405 referentes a sete bilhetes aéreos emitidos no nome da apresentadora, nos trechos entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Inicialmente, Faria disse que não ia ressarciar as passagens da apresentadora porque ela era sua "companheira" na época das viagens. O parlamentar já tinha devolvido aos cofres da Câmara R$ 21.343 pelos custos dos bilhetes emitidos para artistas como Kayky Brito, Sthefany Brito, Samara Felippo, além da ex-sogra Ema Galisteu e de um assessor próximo à ex-namorada. Ao todo, Faria desembolsou R$ 23,7 mil por ter usado a cota de passagens da Câmara para pagar o transporte aéreo de artistas. Faria recuou depois do impacto das denúncias, mas alega que não utilizou sua cota de passagens para financiar o bilhete de Galisteu para Miami (EUA). O deputado admite que pagou um trecho entre a cidade norte-americana e São Paulo para a ex-sogra e o assessor ligado a Galisteu. A apresentadora disse que não fazia idéia de que as passagens foram pagas pela Câmara. Galisteu estréia hoje um novo programa na rede Bandeirantes e convidou o deputado para esclarecer a situação ao vivo. Faria informou hoje que não vai participar da atração. Explicações O deputado encaminhou ontem à presidência da Câmara suas explicações formais para o uso da cota de passagens em nome dos famosos. Os três atores participaram a convite dele do carnaval fora de época em Natal, em dezembro de 2007. Faria reafirmou que não lidava diretamente com a emissão dos bilhetes e que falhas pontuais foram identificadas e corrigidas com a devolução do dinheiro aos cofres do Legislativo. A situação do deputado é considerada delicada. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), pediu que a Corregedoria da Casa avalie as explicações. Temer deve se reunir com o corregedor, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), para decidir sobre a abertura de uma investigação contra o deputado ou se o caso deve ser arquivado pelo fato de Faria ter devolvido o dinheiro. Contra o deputado está o argumento de que ele usou dinheiro público em benefício próprio porque as passagens dos artistas para o carnaval fora de época de Natal tinham como objetivo promover o camarote que o deputado organizava. Além disso, utilizou parte da sua cota aérea para financiar a viagem de turismo a Miami da ex-sogra e do assessor de Galisteu. O corregedor disse que vai ter cautela para analisar o caso. "Vamos esperar as explicações chegarem para começarmos a trabalhar", disse ACM Neto. Mudanças O escândalo envolvendo o deputado provocou a Mesa Diretora da Câmara a aprovar mudanças no uso da cota de passagens. O comando da Casa legalizou as viagens de parentes dos deputados com dinheiro público. A nova regra diz que o benefício pode ser utilizado pelo próprio parlamentar, a mulher ou marido, seus dependentes legais e assessores em situações relacionadas à atividade parlamentar. A Mesa Diretora se omitiu na definição dos trechos que podem ser usados. Portanto, o deputado pode levar a família inteira para qualquer destino, inclusive ao exterior, desde que justifique como necessário ao exercício do mandato. Entre as medidas adotadas pelo comando da Câmara está a redução de 20% no valor da cota da passagem, que varia de R$ 4,7 mil a R$ 18,7 mil --dependendo do Estado de origem do parlamentar e se ele ocupa cargo na Mesa. Parlamentares do Distrito Federal, que não precisam voltar para seu Estado de origem no fim de semana, também recebem.

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