Politica

Deputado faz greve de fome para ter projeto votado

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postado em 21/04/2009 15:11
No meio de uma crise ética provocada pelo uso indevido de passagens aéreas destinadas ao trabalho dos parlamentares, a Câmara dos Deputados já tem um novo problema para administrar. Sem conseguir colocar em votação um projeto de sua autoria estabelecendo mudanças tributárias, o deputado José Edmar (PR-DF) decidiu reagir de forma inusitada. Como protesto pela situação, iniciou na segunda-feira uma greve de fome dentro do plenário da Câmara. Durante a noite, ele dormiu numa sala anexa ao plenário, mas retornou ao local de votações da Casa em pleno feriado do dia de Tiradentes. "O estômago já começou a roncar e a cabeça está doendo um pouco. Mas vou manter a greve até onde aguentar", disse Edmar ao Estado afirmando ter escolhido propositadamente o feriado de Tiradentes para iniciar seu protesto. "Ele foi o primeiro que reclamou contra a cobrança exagerada de impostos", afirma. Edmar acredita que somente mudanças radicais na tributação do País poderão produzir medidas que impeçam demissão e "o sofrimento do povo". Por isso, decidiu radicalizar e iniciar a greve. "Não vejo outro jeito, senão um gesto de solidariedade com as milhares de pessoas que sofrem com o desemprego e também com os funcionários públicos que não têm aumento e sofrem uma carga tributária maldita", explicou o deputado numa carta aberta. O projeto que Edmar deseja ver discutido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara prevê a substituição do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) por um novo tributo, que batizou como Imposto Único Federal (IUF). Pela proposta, o novo imposto teria uma alíquota de 2%, sendo 1% no crédito e 1% no débito. O deputado tem uma trajetória polêmica. Em 2003, chegou a ser preso pela Polícia Federal acusado de supostamente participar da venda irregular de terras. Edmar diz que as acusações que sofreu são injustas. "Há seis anos vivo com uma espada na minha cabeça, sou inocente, mas o povo não sabe disso. O Judiciário não se pronuncia quanto à minha culpabilidade ou inocência, me deixando em sofrimento e angústia à espera de uma resposta a todas as acusações injustas que sofri e ainda sofro. O inquérito não segue e nem tem como seguir, pois eu não faço parte de nenhuma quadrilha, não pratiquei nenhum crime e não há provas conta mim", alega.

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