postado em 23/04/2009 14:18
Ao comentar nesta quinta-feira a troca de ofensas entre o atual presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o ministro Joaquim Barbosa ontem no plenário do tribunal, o subprocurador-geral da República Wagner Gonçalves criticou o que chamou de "voluntariedade" de Mendes.
"O presidente do Supremo precisa de serenidade para exercer sua função. Ellen Gracie ocupou o cargo com equilíbrio e serenidade. Não falta equilíbrio a Mendes, mas ele age com voluntariedade", disse Gonçalves, que participou hoje de um debate no jornal "O Estado de S.Paulo" sobre a conduta da Polícia Federal e da Justiça brasileira.
O mal estar ontem no plenário do STF teve início depois que Mendes, ao proclamar o resultado de um julgamento, fez críticas à visão apresentada por Barbosa sobre o caso. O ministro reagiu cobrando respeito do presidente da Corte. Para o subprocurador, o presidente da Suprema Corte está "vulnerando a imagem do Judiciário".
"Ímpeto"
O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que também participou do debate, afirmou que não iria se atrever em apontar culpados na troca de ofensas. "Barbosa agiu num momento de ímpeto". Mariz lembrou que Barbosa já se desentendeu com ministros do STF por diversas vezes.
O diretor de combate ao crime organizado da PF, Roberto Troncon, por sua vez, disse que Mendes tem uma postura diferenciada de seus antecessores no Supremo. "(Postura) de verbalizar mais. Mas dizer que ele está destruindo a imagem do Supremo é um exagero." O presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Fernando Mattos, classificou como lamentável o episódio, mas destacou julgamentos importantes no STF para amenizar o caso, como casos de nepotismo e células-tronco.