postado em 27/04/2009 13:42
A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira (27/04) o banqueiro Daniel Dantas, sua irmã Verônica Dantas e mais quatro diretores do Opportunity por crimes financeiros. De acordo com o advogado Andrei Schmidt, todos eles foram indiciados pelos crimes de gestão fraudulenta, evasão de divisas, empréstimo vedado, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Schmidt criticou os indiciamentos. "É mais uma arbitrariedade. Mais um desdobramento dessa operação polêmica que revela arbítrios nesse país", disse ele se referindo à Operação Satiagraha, deflagrada em julho de 2008 pelo delegado Protógenes Queiroz.
A operação - que chegou a prender Dantas - investiga supostos crimes financeiros atribuídos ao banqueiro e a diretores do Opportunity.
De acordo com fontes da PF, Dantas ficou cerca de 25 minutos na presença do delegado Ricardo Saadi, que comando o inquérito. Ele não respondeu a nenhuma pergunta do delegado e deixou a superintendência da PF sem falar com a imprensa.
Schmidt negou que seus clientes tenham cometido os crimes pelos quais foram indiciados. "O indiciamento formal coroa mais essa arbitrariedade. Nós não nos furtaremos em nos defender demonstrando a essência de todos, demonstrando que os crimes na realidade não existiram".
O advogado também lançou suspeitas sobre a idoneidade da operação. "O Brasil inteiro sabe a essência dessa investigação, que há interesses por trás dessa investigação. Infelizmente chegamos até esse ponto".
Ele se refere a Protógenes, que foi afastado da operação e virou alvo de uma investigação interna da PF que apura supostos desvios cometidos por ele na Satiagraha.
Na semana retrasada, em depoimento de cerca de seis horas à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara dos Deputados, Dantas atacou o delegado Protógenes, disse ser vítima de grampos ilegais e questionou a legalidade da Satiagraha.
Mais quatro executivos do Opportunity deverão ser ouvidos amanhã por Saadi. A PF deve concluir o inquérito até o final da próxima semana. Em seguida, o inquérito será enviado para a Procuradoria da República, que deve oferecer denúncia para a Justiça Federal.