postado em 27/04/2009 18:12
O comando da Câmara pode transferir para os líderes partidários a decisão sobre mudanças nas regras de utilização das passagens aéreas na Casa. Com isso, o projeto de resolução com as modificações não seria submetido à análise do plenário --seria aprovado pelos representantes dos partidos em nome do restante da Câmara.
A Folha Online apurou que o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), busca um acordo que permita a análise da matéria sem polêmicas, para evitar novos desgastes à imagem da Casa.
O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), afirmou que vai discutir a proposta com Temer antes da votação em plenário. O petista disse que conversou com colegas e integrantes da Mesa e não há resistência às modificações. Portanto, Vaccarezza avalia que a votação do projeto de resolução no plenário não se justificaria.
"O sentimento é que não haverá emendas, não haverá modificações. Então, temos que dar prioridade às votações das medidas provisórias que estão na pauta. Eu acho que vai ser um ato da Mesa", disse.
O deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), primeiro-secretário da Câmara, acredita no acordo entre os líderes capaz de evitar a votação no plenário. "Eu acho que pode haver acordo e acabar com isso entre os líderes. Se não houver acordo, aí vai para o voto", afirmou.
O líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), disse acreditar na possibilidade de entendimento entre os líderes, o que suspenderia a votação no plenário. "Eu nem sei se vai ter votação. É uma maioria que se aproxima da unanimidade que quer rigidez, quer passagem só para deputado", afirmou.
Inicialmente, a Mesa Diretora da Câmara havia anunciado as restrições no uso das passagens aéreas na Casa. Com as mudanças, somente os deputados e assessores diretos em missões oficiais poderão usar os bilhetes. Pressionado por um grupo de deputados contrários à mudança, Temer voltou atrás e decidiu submeter o projeto com as novas regras para o plenário.
Integrantes da Mesa Diretora e líderes afirmam que a Casa precisa retomar o ritmo de votação. Eles defendem que as restrições sejam estabelecidas por um ato da Mesa, como ocorreu na semana passada, sem passar pelo plenário.
A votação do projeto de resolução está marcada para amanhã. Antes da análise do texto, Temer se reúne com líderes para discutir o teor da matéria.