Politica

Planalto monta ação para blindar ataques especulativos sobre doença de Dilma

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postado em 28/04/2009 09:35
O Palácio do Planalto desencadeou uma operação para conter os ataques especulativos à candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussseff, à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010. O objetivo é demonstrar, com ações públicas, que o câncer linfático na axila foi completamente removido, que a quimioterapia eliminará a possibilidade de um novo tumor e que a capacidade gerencial da ministra não foi atingida. Nos bastidores, a maior preocupação era desfazer rumores de que Dilma havia quebrado a confiança do presidente Lula porque teria demorado a informá-lo sobre o resultado dos exames. ;Ela agiu corretamente porque informou o problema ao presidente Lula tão logo o diagnóstico do linfoma foi confirmado pelos médicos. O fato de esperar o resultado da biópsia demonstra sangue frio e responsabilidade;, argumenta o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), que é médico. A cúpula petista cerrou fileiras em defesa da ministra e descarta qualquer possibilidade de um plano B para a sucessão de 2010. As especulações dos analistas políticos em torno de nomes como o do governador da Bahia, Jaques Wagner, dos ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e até mesmo do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a denúncia de que havia quebrado o sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa, foram prontamente descartadas. O chega-pra-lá nas especulações dentro do PT, tanto sobre um eventual plano B, como em relação à quebra de confiança, foi dado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, em Manaus (veja na página 3), quando reiterou seu apoio à candidatura de Dilma. Contra a vontade do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrieli, Lula não quer voar de helicóptero para visitar o poço do pré-sal na Bacia de Campos, na sexta-feira, ele pretende ir de navio, o que pode levar 14 horas de viagem em alto-mar. Dilma quer ir junto. As especulações sobre quebra de confiança foram desmentidas pelo Palácio do Planalto. O presidente da República foi informado da existência do câncer pela ministra logo depois da reunião da coordenação de governo, na sexta-feira, reservadamente, antes da viagem de Lula para Itumbiara (GO). No avião, o presidente comentou com o ministro da Comunicação, Franklin Martins, e pediu que marcassem uma reunião com os dois tão logo chegasse em Brasília. No encontro, ficou decidida a entrevista coletiva, para divulgar oficialmente a existência da doença. A opção pelo Hospital Sírio e Libanês foi estratégica: temia-se que Dilma fosse pouco convincente em relação à gravidade da doença se concedesse a entrevista sem a presença dos seus médicos. Segundo a assessoria de imprensa do Planalto, Dilma esteve em São Paulo na segunda-feira, véspera de feriado, para a instalação do cateter de longa duração (portacath), cujo objetivo é facilitar a quimioterapia, mas somente na quinta-feira à noite foi informada do diagnóstico definitivo do caroço de dois centímetros que havia extraído 30 dias antes. Estava no Rio Grande do Sul desde a véspera, cumprindo sua programação. Mostrou entusiasmo durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do projeto da Braskem, no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), mas na quinta-feira o dia foi de aflição. Voltou de Santa Maria na expectativa do diagnóstico definitivo, que chegou por meio de um telefonema do cardiologista Roberto Kalil Filho. O primeiro a saber do problema foi o ex-marido Carlos Araújo, que se mobilizou, na sexta-feira de manhã, para preparar a filha, Paula, sobre a má notícia.

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