postado em 29/04/2009 09:31
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), quer definir quem será investigado na farra das passagens aéreas para não encher a Corregedoria com todos os casos. A intenção é colocar no rol passÃvel de processo disciplinar os parlamentares que tiveram algum tipo de lucro com a cota: seja por meio de venda em mercado paralelo, seja por dar bilhetes para terceiros.
O problema é que a decisão sobre o caso do deputado Fábio Faria (PMN-RN) se arrasta há quase 15 dias. Faria vem sendo enquadrado por deputados na lista dos que tiveram proveito próprio com a cota, já que três atores viajaram à custa da Câmara para prestigiar o camarote que ele mantém numa tradicional festa de carnaval em Natal.
Faria encaminhou no dia 16 suas explicações a Temer. Disse que não lidava diretamente com a emissão dos bilhetes e que devolveu aos cofres públicos R$ 23,7 mil referentes às irregularidades cometidas. O presidente da Casa anunciou que tomaria a decisão após consultar o corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). Mas até agora essa consulta não ocorreu. A decisão vem sendo adiada porque Temer teve de cuidar durante toda a semana passada com as medidas para restringir a farra das passagens.
Como o ato da Mesa Diretora mudando as regras de emissão dos bilhetes deve ser publicado hoje, Temer deverá se debruçar sobre a análise das supostas irregularidades. Segundo ele, o que configurar crime ou desvio, será punido. ;Casos dessa natureza serão apurados.; Um desses bateu na porta do gabinete do deputado AnÃbal Gomes (PMDB-CE). Uma assessora dele repassava as cotas para uma agência de turismo que as vendia a terceiros. Essa mesma funcionária pedia também para outros gabinetes o uso da cota. Um dos alvos foi o deputado Vadão Gomes (PP-SP), que admitiu que dava bilhetes ao colega, mas negou qualquer benefÃcio ou irregularidade. O deputado Eugênio Rabelo (PP-CE) teria usado o dinheiro da Câmara para bancar a viagem de jogadores de um time de futebol.
Ouça o presidente da Câmara, Michel Temer, sobre a investigação das denúncias: