postado em 29/04/2009 12:07
A Polícia Federal autorizou a defesa do delegado Protógenes Queiroz a ter acesso ao processo disciplinar que ele responde na Corregedoria por ter participado de um comício político, em Minas Gerais. O comando da PF decidiu no início do mês afastar Protógenes da instituição até que a investigação seja concluída.
O advogado de Protógenes, Luiz Gallo, afirma que só montará a linha de defesa depois de ter acesso ao processo. "Toda nossa linha de defesa será pauta pelos autos. Vamos tentar mostrar que as acusações não se confirmam", disse.
Gallo evitou dizer se considera o afastamento do delegado irregular. "Isso só vamos poder avaliar ao analisarmos o processo", afirmou. O processo contra o delegado pode resultar na demissão do delegado se, ao final das investigações, ficar comprovado que ele infringiu as normas da PF ao falar pela instituição durante o comício político.
Apoio a candidato
Protógenes é investigado porque teria dado apoio ao candidato do PT Paulo Tadeu Silva D´Arcádia, candidato a prefeito de Poços de Caldas (MG), em comício realizado em setembro passado. O processo tem prazo de duração de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
O delegado responde a um segundo processo disciplinar na Polícia Federal por suspeitas de vazamento de informações da Operação Satiagraha e foi indiciado por quebra do sigilo funcional e violação da Lei de Interceptações.
Sobre o comício, o delegado nega que tenha falado em nome da instituição e ameaça recorrer à Justiça caso seja demitido pela PF no final do processo. Protógenes disse que o processo é uma "indignação", um ato que merece "uma reparação do Poder Judiciário".
Em um recente entrevista, o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, disse que há indícios da participação de Protógenes em uma campanha política no interior de Minas Gerais em 2008. De acordo com o diretor-geral da PF, os servidores públicos da ativa não podem se envolver em campanhas políticas.