Politica

Tarso defende trabalho da PF e diz que instituição tem "ritmo próprio, sem viés político"

;

postado em 29/04/2009 12:10
O ministro Tarso Genro (Justiça) saiu em defesa nesta quarta-feira do trabalho da Polícia Federal. Tarso disse que a PF mudou seus mecanismos de investigação e conseguiu implementar um ritmo próprio, sem viés político e barreiras, apurando denúncias sem distinção partidária, financeira e social. A avaliação foi feita diante de uma plateia de delegados que participam em Brasília da conferência de segurança pública de Delegados da Polícia Federal. Para Tarso, o estado democrático de direito só é possível pelo estágio que a Polícia Federal atingiu. "Uma democracia não se constrói sem um aparato repressivo eficiente, sem extensão de partidos políticos ou burocracia estatal. A Polícia Federal, hoje, é um nó vital para a democracia. Ela se encontra num front levando em consideração questões financeiras, políticas e humanas, sem barreiras, investigando políticos, banqueiros, intelectuais em alguma atividade que possa ser considerada suspeita. E isso o país não estava acostumado", disse. Em uma referência indireta ao escândalo do mensalão, o ministro reafirmou que não há polícia política no país e que no governo Lula as investigações atingem governo e oposição. "No governo do presidente Lula, um governo novo, as denúncias surgiram e apontaram para integrantes do governo e a vibração foi espetacular. O presidente Lula manteve as investigações com serenidade que mereciam. Mas quando as investigações se aprofundaram e atingiram pessoas de outros partidos, a PF se transformou eventualmente em uma polícia dirigida para uma polícia de Estado", afirmou. "PF não é política" Tarso disse que boa parte dos políticos ficou surpresa com a informação de que o número de políticos investigados pela Polícia Federal não chega a 2% dos inquéritos abertos. Ontem, em audiência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o ministro disse que os políticos investigados geralmente estão envolvidos em denúncias de financiamento ilegal de campanha e delitos contra o Estado. "A PF não é política. Senadores ficaram estarrecidos com a notícia de que nem 2% dos indiciados pela PF são políticos", disse. A maior parte das investigações contra políticos envolve denúncias de financiamento ilegal de campanha e delitos contra Estado, que atingem pessoas de todos os partidos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação