Politica

Planos de Roriz de concorrer em 2010 esbarram em resistências dentro do PMDB

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postado em 03/05/2009 09:16
Com escritório político montado e comportamento de quem pretende disputar um quinto mandato no Governo do Distrito Federal, o ex-governador Joaquim Roriz precisará ainda convencer o próprio partido, o PMDB, a apoiá-lo caso decida concorrer nas próximas eleições. Grande parte da Executiva regional da legenda apoia a atual administração e está afinada com o provável projeto de reeleição do governador José Roberto Arruda (DEM). Roriz ainda mantém aliados no PMDB-DF, como o deputado federal Laerte Bessa, mas não tem força para aprovar em convenção uma decisão de lançamento de candidatura própria do partido ao Executivo em 2010. O principal argumento de peemedebistas para manter a aliança com Arruda é o receio de que o enfrentamento entre os dois políticos rache uma base praticamente comum, que esteve com Roriz no passado, mas está majoritariamente fechada com o novo governo. Muitos dos principais integrantes da equipe de Roriz integram hoje o primeiro escalão no Centro Administrativo de Taguatinga, o Buritinga. É o caso do chefe da Agência de Comunicação, Weligton Moraes, dos secretários de Planejamento, Ricardo Penna, e de Fazenda, Valdivino de Oliveira, além de dirigentes de empresas, como Fernando Leite, presidente da Caesb. No segundo e terceiro escalões, os exemplos se multiplicam. Muitos deles terão de fazer uma opção entre uma das candidaturas, caso Arruda e Roriz se enfrentem nas eleições de 2010. ;Vai ser uma guerra;, acredita um ex-rorizista com cargo na atual administração do DF. Um dos grandes obstáculos de Roriz é a distância com o presidente regional do PMDB, Tadeu Filippelli, de quem sempre foi um líder político. Filippelli comanda o PMDB desde uma intervenção nacional ocorrida em 2006, quando Roriz já não conseguia impor suas pretensões políticas ; manter o PMDB na chapa encabeçada pela então governadora Maria de Lourdes Abadia (PSDB) à reeleição ; e precisou de ajuda para conduzir o PMDB. A opção de não lançar candidato para permitir o apoio à candidatura de Arruda em 2006 seria vitoriosa, caso a tese fosse votada entre os integrantes do diretório regional do PMDB. Hoje com o controle do partido, Filippelli começou a alçar voos próprios, e deixou de se submeter diretamente aos interesses de Roriz. Aproximou-se da direção nacional do PMDB e ganhou prestígio no partido, ao ponto de comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, um dos postos mais cobiçados da Casa, por indicação do PMDB. Candidato declarado a um cargo majoritário, Filippelli tem sido cotado para ser o vice de Arruda, na hipótese de o governador disputar um segundo mandato. Se houver um acordo, o atual vice-governador, Paulo Octávio, seria candidato ao Senado. ;Qualquer decisão terá apoio da unidade do PMDB. Temos conversado bastante;, garante Filippelli. Campanha dura Entre os peemedebistas fechados com Arruda estão a líder do governo na Câmara Legislativa, Eurides Brito, o deputado distrital Benício Tavares, e o subsecretário de Governo, Fábio Simão. Para esses integrantes do PMDB, a disputa entre Arruda e Roriz poderá levar a uma derrota do grupo político ou ao fortalecimento do candidato petista ao GDF ; o deputado federal Geraldo Magela ou o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz. ;Vou com Roriz, mas sei que será uma campanha dura, com uma briga de antigos aliados;, analisa o deputado Laerte Bessa. No lançamento do escritório político de Roriz no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) há um mês, o grupo rorizista mostrou um tom ofensivo aos aliados de Arruda. Eurides, Filippelli e até o deputado distrital Rôney Nemer, antigo aliado de Roriz que assumiu cargo no atual governo, foram vaiados. Todos revelaram ao Correio uma mágoa pelo tratamento dispensado no ato político. As vaias a Eurides, ex-secretária de Educação do governo Roriz e hoje uma das mais próximas aliadas de Arruda, foram tão fortes que sequer era possível ouvir o discurso dela em homenagem ao ex-governador de seu partido. Ela saiu de lá e foi direto para a residência oficial de Águas Claras, onde se encontrou com Arruda e lamentou o ocorrido.

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