Politica

Corregedor do Senado pede ajuda ao BC para investigar denúncias de ex-diretor

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postado em 04/05/2009 16:09
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), decidiu encaminhar ao Banco Central um pedido de informação sobre as movimentações financeiras operadas pelos 38 bancos que realizam crédito consignado para servidores da Casa. Tuma quer os dados para avaliar as denúncias do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi, de que o ex-diretor geral da Casa Agaciel Maia comandou um esquema de desvio de recursos em contratos com instituições bancárias. Zoghbi também insinua a participação do próprio corregedor e do ex-primeiro-secretário Efraim Moraes (DEM-PB). No documento, Tuma pede que o Banco Central análise se os empréstimos seguiram os limites permitidos por lei. A suspeita lançada por Zoghbi é que Agaciel Maia autorizava operações com valores superiores aos limites. "É preciso esclarecer se isso é verdade e quem seriam os beneficiários", disse. Tuma nega envolvimento em qualquer irregularidade no comando da Primeira Secretaria. Tuma vai pedir ainda ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), que adie uma decisão sobre o pedido de aposentadoria apresentado por Zoghbi na semana passada até que o inquérito aberto pela Comissão de Sindicância seja concluído. A comissão apura o envolvimento de Zoghbi em um esquema que desviava recursos do Senado para empresas de fachada registradas em nomes de laranjas. Segundo reportagem da revista "Época" desta semana, Zoghbi abriu no nome de uma ex-babá, Maria Izabel Gomes, 83, que mora na casa dele, três empresas --DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros Ltda e Contact Assessoria de Crédito Ltda. A suspeita é de que parte do faturamento dos últimos anos dessas empresas, cerca de R$ 3 milhões, teria como origem contratos assinados pelo Senado. Uma das possíveis fontes de desvio seria um contrato com o Banco Cruzeiro do Sul, no qual a instituição oferecia crédito consignado aos servidores da Casa. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), suspendeu o contrato com o banco até que as investigações terminem. O banco nega participação em qualquer esquema de operações ilegais. Investigação A Polícia Legislativa do Senado começou a analisar nesta segunda-feira as acusações feitas por Zoghbi contra o ex-diretor geral Agaciel Maia. Segundo o diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, se as denúncias se confirmarem, elas serão incluídas no inquérito que já foi aberto contra Zoghbi. Caso não tenham relação, um novo inquérito poderá ser aberto. Em entrevista à revista "Época", Zoghbi afirma que os senadores Tuma e Efraim estariam envolvidos no esquema de corrupção comandado por Agaciel. Segundo a reportagem, as fraudes eram feitas nas contratações no Prodasen (Sistema de Processamento de Dados), na comunicação social e no serviço de taquigrafia. O diretor da Polícia Legislativa afirmou, no entanto, que, se houver indícios da participação de parlamentares, caberá à Corregedoria do Senado a abertura ou não de investigação. ComoTuma é o corregedor e não pode abrir inquérito contra si, ele deverá indicar outro senador para assumir o posto.

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