postado em 07/05/2009 10:21
Coordenador da pré-campanha presidencial de Dilma Rousseff (Casa Civil) no Nordeste, o ex-prefeito de Recife João Paulo Lima e Silva pediu para ser o principal defensor do ex-tesoureiro Delúbio Soares na reunião do PT que decidirá sua volta ao partido, prevista para amanhã.
Antes da discussão do Diretório Nacional, porém, será votada proposta de duas correntes minoritárias, a Mensagem ao Partido e a Articulação de Esquerda, para retirar o tema da pauta. Ontem, a tendência era de aprovação do adiamento. A proposta agrada ao Planalto: um de seus defensores é o chefe da assessoria especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia. A volta de Delúbio, artífice do mensalão, rachou a cúpula do governo e praticamente todas as correntes.
Enquanto o principal representante de Dilma no diretório o defende, palacianos trabalham contra. Chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho tem dito internamente que ficará difícil aceitar presidir o PT se Delúbio, que foi expulso em 2005, for anistiado. O diretório tem 84 integrantes. Havendo quórum mínimo de 43 petistas, uma maioria simples será suficiente para aceitar o retorno de Delúbio. A Mensagem, ligada ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e a Articulação de Esquerda tendem a rejeitar sua volta. João Paulo, pertencente à Mensagem, é uma exceção na corrente. Seu argumento é o de que Delúbio já pagou por seus erros com a desfiliação durante quatro anos. "Farei meu discurso como militante, não como representante da tendência", afirmou o ex-prefeito.
Segundo integrantes do diretório, o resultado é imprevisível. Muito vai depender do comportamento da corrente majoritária, a Construindo um Novo Brasil, à qual pertencia Delúbio. A maioria da corrente favorece o retorno, mas não haverá fechamento de questão. Delúbio tem procurado dirigentes para poder voltar. Diz que pagou preço alto e que nunca desviou dinheiro em proveito próprio.