Politica

Oposição acusa CPI de aprovar relatório que blinda aliados do governo

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postado em 07/05/2009 14:24
Integrantes da CPI das Escutas Clandestinas da Câmara criticaram nesta quinta-feira a aprovação do relatório final da comissão sem os indiciamentos do delegado Protógenes Queiroz, da Polícia Federal, e do ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Paulo Lacerda. A oposição acusa a base aliada governista de aprovar um relatório que "blinda" aliados do Palácio do Planalto acusados de envolvimento em escutas clandestinas. O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), disse que o governo "não tem interesse em investigar os próprios agentes públicos envolvidos em suspeitas de escutas ilegais". O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disse que concordou apenas em anexar as sugestões de indiciamento de Protógenes e Dantas ao relatório final porque a oposição não tem maioria para rejeitar o relatório principal --de autoria do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA). No texto aprovado pela comissão, há sugestão de indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity, mas a comissão decidiu poupar Protógenes e Lacerda de indiciamentos. "A maioria blindou algumas pessoas do governo, tanto que alguns requerimentos de convocação de membros do Executivo não foram aprovados pela comissão. Mais de 90% dos requerimento que foram aprovados aqui poderiam ter sido feitos em comissões permanentes da Casa. A CPI vem abrindo mão dos seus poderes", afirmou Fruet. A nova relatora da CPI, deputado Iriny Lopes (PT-ES), saiu em defesa do texto de Pellegrino. Lopes assumiu o cargo depois que o antigo relator se licenciou da Câmara para assumir a Secretaria de Justiça do Estado da Bahia. "Não acho que seja um caso de governo. Temos uma CPI que foi duas vezes prorrogada. Não foi um relatório votado a toque de caixa, eu consegui dialogar com a maioria dos membros da CPI", afirmou a relatora.

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