postado em 08/05/2009 08:15
O futuro político do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares pode ser desenhado hoje. O pedido feito por ele de retornar à legenda da qual foi expulso em 2005 está na pauta de discussão do diretório nacional do partido. Até o fim da tarde de ontem os dirigentes da legenda ainda não tinham encontrado consenso sobre a votação do assunto. Os defensores do retorno do colega expulso pelo envolvimento no escândalo do mensalão querem ganhar mais tempo para convencer os indecisos. Os que são contrários à volta do ex-tesoureiro, no entanto, acham que o pedido será negado e defendem que o próprio Delúbio deve pedir a retirada do tema da pauta e evitar um desgaste. Enquanto os discursos seguem desafinados, interlocutores do ex-petista proclamam que apesar de fazer questão de retornar ao PT, a ideia é de que seu projeto de candidatura a deputado federal por Goiás em 2010 seja viabilizado de qualquer forma.
De acordo com petistas aliados de Delúbio, ele vai tentar até o fim uma nova filiação no partido ; apesar das pressões para que ele desista espontaneamente da ideia. Mas, se o projeto não se concretizar, há uma aposta de que ele disputará eleição em 2010 filiado ao PMDB de Goiás ou num partido aliado ao prefeito de Goiânia, Íris Rezende. ;Amanhã (hoje) será um grande dia;, disse Delúbio ao ser questionado sobre o seu futuro político na PT.
Uma promessa de abrigo para Delúbio surgiu no ano passado, durante as negociações conduzidas pelo ex-tesoureiro do PT para formação de uma aliança entre Íris e os petistas. A negociação inclui apoio do partido de Lula à candidatura de Íris ao governo de Goiás ou ao Senado no próximo ano. Dessa forma, o PT herdará a prefeitura. O vice-prefeito da capital goiana, Paulo Garcia, é aliado de Delúbio, assim como a ex-deputada federal Neyde Aparecida (PT-GO), atual secretária municipal de Desenvolvimento Econômico.
Trânsito
Com bom trânsito entre peemedebistas e citado como um dos articuladores da aliança entre PT e PMDB que elegeu o prefeito Iris, o ex-tesoureiro petista, que responde a 10 processos na Justiça, tem conversado com peemedebistas e visto na legenda possível destino, caso seu retorno ao ninho petista não seja aceito pelo diretório. ;Acho que o partido deve estar de portas abertas para todos, desde que o nome do novo filiado seja discutido antes;, diz a presidente nacional do PMDB, Iris de Araújo (GO).
Diante das campanhas e das mais diferentes possibilidades e teorias sobre o futuro de Delúbio, os aliados do ex-tesoureiro prometem para hoje uma campanha pela nova filiação. Vão entregar ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, uma lista de assinaturas em defesa da volta de Delúbio ao partido. Quem encabeçaria o grupo seria o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Colaborou Denise Rothenburg