Politica

Relator do caso Edmar Moreira deve ser substituído no Conselho de Ética

;

postado em 11/05/2009 08:52
O presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), decidiu dissolver a comissão de sindicância formada para investigar Edmar Moreira (sem partido-MG), o dono do castelo milionário no interior de Minas Gerais, e retirar da relatoria o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), aquele que se lixa para a opinião pública. Como os outros dois integrantes da comissão de sindicância, Hugo Leal (PSC-RJ) e Ruy Pauletti (PSDB-RS), recusaram ocupar a vaga de Moraes, Araújo quer um substituto com perfil ;independente;. Ele adiantou o desejo de convidar o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), mas ainda não formalizou o pedido. Mendes adiantou não ver nenhum impedimento de ocupar a relatoria para investigar Edmar Moreira. ;O Conselho e a Câmara estão sendo alvos de um tiroteio que não interessa a ninguém. Temos que parar com isso. Achei por bem dissolver essa comissão e deixar na mão de um relator que deve ser o Moreira Mendes;, destacou o presidente do colegiado. Defensor da saída de Moraes, Hugo Leal alegou estar sobrecarregado com o trabalho de outras duas comissões. Rui Pauletti, conterrâneo do petebista, disse preferir ser coadjuvante na investigação e rejeitou a destituição do relator. A formalização de todas as movimentações está prevista para a amanhã em reunião do colegiado. A deputada Solange Amaral (DEM-RJ) será a porta-voz do pedido de saída de Moraes. Antes de decidir dissolver a comissão de sindicância, José Carlos Araújo estava disposto a manter o petebista no trio de investigadores, mas a recusa de Leal e Pauletti o forçou a jogar Moraes para escanteio. O petebista insiste em manter a relatoria do caso e rejeitou ;acusações; de que já antecipou a intenção de arquivar a denúncia contra Edmar Moreira, acusado de utilizar a maior parte da verba indenizatória para injetar dinheiro em duas de suas empresas de segurança privada convalescidas financeiramente. Desafio ;Vou ser o primeiro a chegar à reunião. Não vou sair, vou fazer meu relatório. Desafio a provarem que eu tenha antecipado meu voto;, afirmou o parlamentar gaúcho. Em conversa com jornalistas antes de iniciar as investigações e aprovar o plano de trabalho, Moraes fez um verdadeiro libelo em defesa de Moreira. Afirmou que o colega já pagou um preço muito alto e que não havia nenhuma regra proibindo o uso da verba indenizatória nas próprias empresas. Foi além, desclassificou o trabalho da Corregedoria da Câmara. Nas conclusões, o órgão sugeriu a cassação do mandato por Edmar não ter conseguido provar a realização dos serviços que supostamente teriam sido pagos com o dinheiro público. Irritado, o corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) foi o primeiro a defender publicamente a destituição do relator alegando falta de isenção. Segundo José Carlos Araújo, a maioria do Conselho é favorável à saída de Sérgio Moraes não só por ter antecipado sua linha de investigação, mas por ter dito que está se ;lixando para a opinião pública; porque os veículos de comunicação ;batem, batem e mesmo assim, a gente continua se reelegendo;. Não bastasse isso, há uma suspeita sobre o uso irregular de verba indenizatória pelo próprio relator. Moraes pagou, em abril, R$ 2,5 mil para Guilherme Valentini, que o defende em processos no Supremo Tribunal Federal. O valor está sob a rubrica de aluguel de imóveis. Ele alega que paga pelo uso de uma sala no escritório de Valentini.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação