postado em 11/05/2009 11:50
Os articuladores da candidatura de José Serra à Presidência se lançaram numa investida sobre o PMDB nos Estados. Delineada num jantar na casa do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a estratégia é explorar os tremores na base de sustentação do governo Lula para evitar que o PMDB formalize apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Escalados para negociação, o presidente do PMDB de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia, e o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) se dedicam à montagem de palanques nos Estados.
E o próprio Serra tem flertado com governadores, como Roberto Requião (PR), Paulo Hartung (ES) e Luiz Henrique Silveira (SC), além das conversas com os ministros Hélio Costa (Comunicações) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). Quércia, por sua vez, já esteve até com o presidente do Senado, José Sarney (AP).
Após um encontro em Campinas, para o lançamento da TV Digital, Hélio Costa e Serra se comprometeram a agendar novos encontros. O ministro --que poderá concorrer ao Senado ou ao governo de Minas-- deverá visitar Serra sob pretexto de fazer-lhe um convite para evento oficial.
Na Bahia, o PSDB acena com a possibilidade de apoio a Geddel, em choque com o governador Jacques Wagner (PT). No Estado, a aliança tem dois outros nomes para o governo: Paulo Souto (DEM) e o prefeito João Carneiro (PDT).
Já no Paraná, onde Serra participou de seminário a convite de Requião, o governador deve concorrer ao Senado, numa chapa encabeçada pelo prefeito Beto Richa ou o senador Álvaro Dias. Em Santa Catarina, DEM, PMDB e PSDB deverão construir um palanque comum. Lá, Serra também conversa com o Esperidião Amin (PP).
No Rio Grande do Sul, tucanos e democratas discutem apoio ao candidato do PMDB ao governo, seja ele o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, ou o ex-governador Germano Rigotto. Para atrair o PMDB, o DEM deverá apoiá-los ainda que a atual governadora Yeda Crusius insista na reeleição.
Os acordos estão sendo alinhavados no Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Norte. Em Pernambuco, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) terá o apoio do PSDB.
Além de Quércia e Nunes Ferreira, o jantar de Kassab contou com a participação do ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC) e dos presidentes do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e do PPS, Roberto Freire.
Segundo descreveu Kassab, a estratégia foi traçado com base em relato feito por Quércia. "Nosso esforço é concretizar essas alianças naturais nos Estados", afirmou Guerra.
Um novo balanço deverá ser feito nos próximos dias. PSDB, PPS e DEM enfrentam, porém, dissonância na própria aliança. Enquanto os articuladores de Serra defendem candidato único por Estado, o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), avisa: "Isso não cola".