postado em 12/05/2009 09:50
Com a anuência de petistas graduados, o governador José Roberto Arruda (DEM) trabalha discretamente para construir uma aliança com o PT de Brasília. Uma parceria eleitoral entre o atual chefe do Executivo e os petistas do Distrito Federal é vista com bons olhos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo relato de pelo menos dois políticos com trânsito no Palácio do Planalto. Apesar de pertencer a um partido da oposição, Arruda tem uma relação de aliado com o presidente e não representa uma ameaça, na visão de Lula, à provável candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República.
A intervenção nacional do PT nas decisões dos diretórios regionais sobre lançamentos de candidaturas aos governos estaduais reforça essa possibilidade. A resolução aprovada na última sexta-feira pelo diretório nacional tem como alvo estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde o presidente Lula pode apoiar os peemedebistas José Fogaça ou Germano Rigotto, Hélio Costa e Sérgio Cabral, respectivamente. A direção do partido quer construir alianças regionais que facilitem a vitória na campanha nacional e a eleição de uma boa bancada no Congresso, principalmente no Senado, onde hoje o governo federal enfrenta mais dificuldades para aprovar as matérias.
De acordo com integrantes do PT, o presidente Lula deverá chamar representantes do partido na capital do país para expor claramente o quadro que prefere ver. Em 2006, no entanto, a vontade dele não prevaleceu. Lula preferia ver o ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz na disputa ao GDF, mas ele estava no PCdoB e o PT-DF não abriu mão de lançar uma petista, a ex-vice-governadora e ex-deputada distrital Arlete Sampaio. O presidente regional do PT, Chico Vigilante, afirma que um acordo com Arruda seria possível, caso houvesse uma disposição nacional, mas apenas se o governador do Distrito Federal migrasse para uma legenda da base do governo Lula. ;No DEM, não dá;, afirma Vigilante.
Encontro
Na última sexta-feira, o comando nacional do partido suspendeu qualquer deliberação político-eleitoral regional até março de 2010, quando o PT fará um grande encontro para tratar das estratégias da campanha presidencial. Por conta disso, as prévias do PT-DF, marcadas para 16 de agosto, caso fossem mantidas, não teriam caráter oficial. Agnelo, então, decidiu retirar seu nome da disputa interna ao GDF para evitar o prolongamento do embate. Vai apoiar a candidatura do deputado Geraldo Magela (PT-DF) ao governo e trabalhar agora para ser candidato ao Senado.
Agnelo aposta que satisfaz, assim, uma vontade do Palácio do Planalto. Mas ainda enfrentará resistências internas. Aliado de Magela no PT, Gustavo Balduíno afirma que no partido não existe candidatura automática. Ele não descarta a realização de prévias para a escolha do nome que vai concorrer ao Senado. ;As vagas de senador e vice deverão ser negociadas com partidos aliados, como PMDB, PR, PDT ou PSB, por exemplo;, analisa. ;Agnelo é um nome forte, mas o PT precisa fazer alianças para fortalecer o palanque da Dilma no DF;, acrescenta.