Politica

Tucanos cogitam rifar Yeda e apoiar PMDB

;

postado em 12/05/2009 10:29
O PSDB já prepara um "plano B" eleitoral para o caso de o governo de Yeda Crusius (PSDB-RS) naufragar em meio às denúncias do seu envolvimento e de assessores importantes com a suposta utilização de caixa dois na campanha. A reportagem apurou que, se as denúncias inviabilizarem eleitoralmente uma eventual tentativa de reeleição de Crusius, os tucanos poderão apoiar o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB). Fogaça faz parte do grupo dos chamados "autênticos" do PMDB. Ele chegou a integrar o PPS, mas retornou à legenda em 2007 para disputar a eleição municipal. Sua ficha foi abonada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), outro peemedebista "histórico". O eventual apoio ao prefeito teria o apoio do grupo ligado ao governador de São Paulo, José Serra, e atenderia ainda a outro objetivo do PSDB, que é o de formar alianças regionais com o PMDB para fortalecer seu candidato à Presidência nos Estados e diminuir o palanque governista, mesmo na hipótese de uma aliança formal nacional entre PT e PMDB. Reunidos ontem em João Pessoa para discutir as políticas sociais do atual governo, lideranças do PSDB e do DEM mantiveram o discurso de apoio a Yeda. "O PSDB vai exigir, vai acompanhar o processo e as investigações. Vamos tomar uma posição a partir disso. Não vamos prejulgar nada", disse o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Acho que ela está fazendo um governo muito corajoso." Guerra disse que soube da existência das novas denúncias contra Crusius na sexta-feira, por meio de um telefonema da própria governadora. Segundo a revista "Veja", gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos coordenadores de campanha estadual do PSDB, em 2006, mostrariam que as empresas de fumo Alliance One e CTA-Continental entregaram R$ 400 mil "por fora" no segundo turno, o que elas negam. Para o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), o caso Yeda "tem muita espuma". "Todo cuidado é pouco", disse ele, sobre a possibilidade de deputados estaduais do partido apoiarem a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias. "A decisão é da bancada estadual, dos deputados, mas eu alerto que não podemos fazer nenhum tipo de ação que sirva de escada para o PT", declarou. "Não podemos ser trampolim para o PT nem sermos instrumentos de Tarso Genro [PT]", afirmou Maia --o ministro da Justiça declarou ser pré-candidato do partido ao governo gaúcho no ano que vem. Convidado especial ao seminário tucano, Aécio Neves, governador mineiro e pré-candidato à Presidência, disse: "O que vejo no Rio Grande do Sul, infelizmente, é que a radicalização tem prevalecido sobre a busca de um convívio entre governo e oposição um pouco mais equilibrado." Aécio foi recebido em clima de campanha eleitoral no evento, o primeiro promovido pelo partido para debater prioridades de ação num eventual governo tucano. Serra foi representado pelo secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação