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OAB pede quebra de sigilo do processo que investiga denúncias contra Yeda Crusius

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postado em 12/05/2009 12:58
O presidente da OAB-RS (Ordem dos Advogados do Brasil), Claudio Lamachia, requereu ontem a quebra do segredo de Justiça do processo que investiga as denúncias de supostas irregularidades na campanha eleitoral da governadora gaúcha Yeda Crusius (PSDB). O pedido foi apresentado para a Procuradoria Regional da República da 4ª Região. "O sigilo não mais se justifica, pois os nomes dos suspeitos e suas possíveis ações já foram tornados públicos", afirmou Lamachia. O presidente a OAB-RS disse que as incertezas sobre o caso "estão sangrando o Estado e a sociedade tem o direito de saber a realidade dos fatos". Gravações Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos ex-coordenadores da campanha tucana em 2006, revelam que Carlos Crusius --marido de Yeda-- teria recebido R$ 400 mil em espécie. As gravações mostrariam uma conversa entre Ferst e Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, encontrado morto em fevereiro, em Brasília. Para a revista, os áudios mostram que Cavalcante admite que, depois do segundo turno da eleição de 2006, coletou R$ 200 mil da Alliance One e outros R$ 200 mil da CTA Continental, empresas de fumo. Em entrevista ao jornal "Zero Hora", Carlos Crusius disse que nunca viu "R$ 400 mil juntos" na vida. Yeda também nega a existência do caixa dois. O PSOL apresentou ontem novos documentos que, segundo o partido, reforçam a denúncia sobre o suposto caixa dois na campanha eleitoral da governadora Yeda. Segundo a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), os documentos também demonstram que o marido de Yeda seria um arrecadador informal da campanha e ficava com parte do dinheiro para benefício pessoal. CPI. A bancada do PT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul vai hoje a instalação de uma CPI para investigar as denúncias contra o governo de Yeda. Segundo o líder da bancada, deputado Elvino Bohn Gass, o pedido de investigação deve ser do parlamento e não de um partido, pois toda a sociedade suspeita das irregularidades. "Há um desejo de vários deputados de vários partidos para investigar as denúncias. Amanhã, vamos ver quem vai assinar ou não [o pedido de CPI]", afirmou o líder petista. A Assembleia gaúcha tem 55 deputados e são necessários 19 parlamentares favoráveis à investigação para protocolar o pedido de CPI. Juntos, PT e PDT reúnem 15 parlamentares. PC do B e PSB também estariam dispostos a assinar, segundo o deputado.

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