Politica

Romero Jucá nega que tenha pedido para Lula manter seu irmão na Infraero

;

postado em 12/05/2009 21:29
Em meio à pressão de integrantes do PMDB contra a demissão de afilhados políticos do partido na Infraero (estatal que administra os aeroportos do país), o senador Romero Jucá (RR) negou nesta terça-feira ter pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para preservar o emprego do seu irmão na estatal. Sem esconder a irritação com o ministro Nelson Jobim (Defesa), que prometeu afastar as indicações políticas da empresa, Jucá cobrou que o ministro diga publicamente o nome dos servidores que "sujam" a imagem da Infraero. "O ministro Jobim, se tiver algo errado na empresa, ele tem a obrigação de dizer quem é. Dizer que estão sujando a Infraero sem dizer quem é [que suja] é leviandade. É uma injustiça com o meu irmão", afirmou. Jobim ameaçou deixar o cargo se o Palácio do Planalto reverter o plano de demissões instalado na Infraero. Em abril, por decisão dos representantes da União, a assembleia geral da empresa reduziu de cerca de 150 para 12 os cargos ocupados por pessoas sem concurso. A lista de cortes incluiu Oscar Jucá, irmão do líder do governo no Senado. A irritação foi tanta com as demissões que a cúpula do PMDB se reuniu com o presidente Lula e com o ministro Nelson Jobim para reclamar das demissões. Jucá disse que em nenhum momento pediu para que o seu irmão fosse preservado na estatal, assim como negou que a sua indicação tenha sido política. "Eu não pedi ao ministro Jobim ou ao presidente da Infraero a contratação do meu irmão. Ele assumiu o cargo a convite, é casado com uma arquiteta da Infraero", afirmou. O líder disse que Oscar Jucá foi exonerado "injustamente" diante da disposição do ministro da Defesa em acabar com supostas indicações políticas na estatal. "Disseram que a demissão era porque a empresa ia se livrar de nomeações políticas. Pedi que ele assinasse a exoneração, mas disse ao ministro Múcio [Monteiro, Relações Institucionais] que essa não era a forma correta de demitir ninguém", afirmou Jucá. O senador classificou de "falta de cortesia e de educação" a forma como o seu irmão foi desligado da estatal. Na opinião do líder, se o Ministério da Defesa deseja reestruturar os servidores da Infraero, deve realizar concurso público sem "panelinhas" na estatal. Jucá disse que, se depender da sua vontade, Jobim permanece no cargo --mesmo após ele ameaçar deixar o ministério se não houver "uma coisa séria" na Infraero. "Eu acho que, se não for sério, não é para ninguém estar lá. Se depender de mim, o ministro fica. Até aprovar a PEC [proposta de emenda constitucional] que estabelece que o ministro da Defesa deve ser [militar] da ativa ou da reserva para entender de Defesa", ironizou Jucá em referência ao fato de Jobim ser civil. O líder afirmou que o Palácio do Planalto e o presidente Lula não lhe "devem nada". "Meu irmão não ocupava nenhum cargo de comando. Os dirigentes da Infraero são hoje todos indicados pelo ministro Jobim", afirmou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação