postado em 13/05/2009 09:58
Líderes do PT e do PTB na Câmara saíram ontem em defesa do deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que declarou na semana passada estar "se lixando para a opinião pública".
O Conselho de Ética da Casa se reuniria ontem para tratar da substituição de Moraes do cargo de relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), mas o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), teve problemas com seu voo e a decisão foi adiada para hoje.
O encontro será em sessão reservada, o que desagradou Moraes: "Fui nomeado em sessão aberta e gostaria de decidir esse assunto também em reunião aberta". A iniciativa de fazer o encontro fechado foi de Araújo, que deve colocar em votação o requerimento do DEM e do PSOL que pede a saída de Moraes, deixando a decisão para o próprio conselho.
A substituição do relator causa preocupação a Edmar Moreira. Ontem, a Folha presenciou conversa dele com o colega Milton Monti (PR-SP). Monti tentava acalmar o investigado dizendo que o presidente do conselho não teria coragem de trocar o relator do caso.
Moreira, dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões, é investigado por mau uso da verba indenizatória. Ele usou notas de suas empresas de segurança para justificar despesas. Suspeita-se que os serviços não foram prestados.
As declarações de Moraes, que também deu a entender que não pediria a punição de Moreira, foram debatidas ontem na reunião de líderes com o presidente da Câmara, Michel Temer. Tanto Jovair Arantes, líder do PTB, quanto Cândido Vaccarezza, do PT, disseram que Moraes é livre para expressar sua opinião e deve continuar na relatoria.
José Carlos Araújo disse ontem que não vai mudar a sua posição de trocar o relator, mas não revelou quem seria indicado. O deputado Pedro Eugênio (PT-PE) recusou o convite. Outro petista, Nazareno Fonteles (PI), mostrou-se disposto a assumir: "Se for convidado, não vou fugir e assumirei o cargo com a consciência tranquila".
Ele teve o nome envolvido no escândalo das passagens aéreas --bilhetes de sua cota foram usados por terceiros-, mas nega ter participação no caso