postado em 13/05/2009 10:01
A primeira parte da reunião do Conselho de Ética da Câmara que escolhe hoje o substituto para o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) na relatoria do processo de cassação contra Edmar Moreira (sem partido-MG) será fechada. O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que integrantes do conselho pediram o fechamento da sessão para evitar desgaste com a falta de consenso sobre a saída de Moraes.
Moraes deve ser afastado por antecipar seu voto antes mesmo da apresentação do parecer. Moraes sinalizou que iria absolver Edmar no processo de cassação por suposto uso irregular da verba indenizatória.
Edmar é acusado pelo PSOL de usar irregularmente a verba indenizatória: teria justificado os gastos com pagamentos feitos para empresas de segurança de sua propriedade.
Moraes defendeu ontem que a reunião do conselho fosse aberta. "Eu sou favorável a reunião aberta, fui nomeado em sessão aberta e gostaria de debater esse assunto em reunião aberta", disse Moraes.
Araújo disse que a sessão será aberta somente depois da escolha do novo relator. "Depois de toda essa confusão, acredito que o melhor é nos preservarmos. Não é para esconder nada, mas para evitar mais tumulto em torno desse caso", afirmou ontem.
Tá se lixando
A presença do deputado no conselho causou incômodo após a repercussão das declarações dele. Moraes disse que "se lixava para a opinião pública" e para a "mídia".
Moraes disse ontem que não se arrepende do que disse. "Eu continuo dizendo sempre o que digo: entre a minha memória, a minha historia, a minha consciência e a verdade, eu fico sempre com a verdade, mesmo que tenha que pagar um preço perante a opinião pública".
Ele também afirma não abrir mão da relatoria. "Não saio da relatoria, não admito ser retirado, não pedi para entrar e não vou pedir para sair, eu fui indicado relator e não existe legalmente nenhum dispositivo que permita a minha retirada, então eu serei o relator por força de lei.".
Moraes, que acusa a imprensa de distorcer o que disse e só fala com jornalista gravando a conversa com um gravador próprio, disse que já tem um mandado de segurança para pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) para continuar no posto.
O deputado insiste que não adiantou seu voto e que disse apenas que não tinha como condenar Moreira por uso irregular da verba indenizatória porque não tinha como provar que o benefício foi usado de forma irregular. Moraes disse que não se sente constrangido em contrariar os colegas do órgão que defendem sua saída.