postado em 13/05/2009 12:44
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), está em Brasília hoje em busca de apoio para a sua gestão. O governo de Yeda foi afetado por denúncias de suposto caixa dois na campanha eleitoral de 2006.
Logo cedo, a governadora tucana se reuniu com o advogado Eduardo Ferrão. É o mesmo advogado que cuidou da defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) nos processos abertas contra ele no ano passado por quebra de decoro parlamentar. Ferrão também defendeu Cássio Cunha Lima (PSDB), governador cassado da Paraíba.
À tarde, Yeda se reúne com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE). Ela já esteve hoje com o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). Guerra disse ontem que a direção do partido não pode se responsabilizar pela defesa das denúncias contra Yeda.
"A operação nacional do partido é uma coisa, a local é outra. Não faz o menor sentido (nos envolvermos na defesa). Não estamos sendo acusados nem vitimados por nenhum tipo de denúncia. O fato é que essas denúncias são contra a governadora e ela saberá se defender", disse ele ontem.
Yeda ainda deve tentar se encontrar com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM). O ex-chefe do escritório de representação do Rio Grande do Sul em Brasília Marcelo Oliveira Cavalcante, foi encontrado morto no lago Paranoá. O crime deve ser o tema do possível encontro.
Denúncias
Yeda e integrantes do governo são suspeitos de participação num esquema de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações, além de caixa dois na campanha eleitoral de 2006.
Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos ex-coordenadores da campanha tucana em 2006, revelam que Carlos Crusius --marido de Yeda-- teria recebido R$ 400 mil em espécie. As gravações mostrariam uma conversa entre Ferst e Marcelo Cavalcante, ex-assessor de Yeda, encontrado morto em fevereiro, em Brasília.
Para a revista, os áudios mostram que Cavalcante admite que, depois do segundo turno da eleição de 2006, coletou R$ 200 mil da Alliance One e outros R$ 200 mil da CTA Continental, empresas de fumo.
Em entrevista ao jornal "Zero Hora", Carlos Crusius disse que nunca viu "R$ 400 mil juntos" na vida. Yeda também nega a existência do caixa dois.