postado em 13/05/2009 14:05
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse nesta quarta-feira que apoia as demissões de apadrinhados políticos na Infraero (estatal que administra os aeroportos do país). Jucá negou ainda que esteja retaliando o ministro Nelson Jobim (Defesa) pelas exonerações.
O líder sustentou que ao apresentar uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) definido que cargo de ministro da Defesa seja ocupado por um militar --da ativa ou da reserva--, pretende ampliar o debate sobre a reestruturação da pasta. Para ele, o gesto não representa uma provocação.
"De forma nenhuma. Nós apoiamos as demissões. Não só a Infraero, mas todas as agências precisam ser profissionalizadas. E esta PEC só deve ser aprovada daqui a uns três ou cinco anos. Todo o ministério deve ser profissionalizado", disse.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), que também esteve envolvido no episódio --líderes do PMDB reclamaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva da atuação de Múcio e pressionaram para que o cargo do ministro fosse repassado ao PMDB-- disse que o assunto está resolvido. "Este tema está superado".
Jucá --que teve um irmão e uma cunhada demitidos na Infraero-- negou ter pedido ao presidente Lula a readmissão dos parentes.
Em um discurso, ontem, na tribuna do Senado, Jucá não escondeu a irritação com com Jobim, que prometeu afastar as indicações políticas da empresa. Jucá cobrou que o ministro diga publicamente o nome dos servidores que "sujam" a imagem da Infraero.
"O ministro Jobim, se tiver algo errado na empresa, ele tem a obrigação de dizer quem é. Dizer que estão sujando a Infraero sem dizer quem é (que suja) é leviandade. É uma injustiça com o meu irmão", afirmou.
Jobim ameaçou deixar o cargo se o Palácio do Planalto reverter o plano de demissões instalado na Infraero. Em abril, por decisão dos representantes da União, a assembleia geral da empresa reduziu de cerca de 150 para 12 os cargos ocupados por pessoas sem concurso.
Jucá reclamou da forma como as demissões foram feitas. "Disseram que a demissão era porque a empresa ia se livrar de nomeações políticas. Disse ao ministro Múcio (Monteiro, Relações Institucionais) que essa não era a forma correta de demitir ninguém.".