postado em 13/05/2009 16:02
O ministro Nelson Jobim (Defesa) respondeu nesta quart - eira aos ataques do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que ameaçou apresentar PEC (proposta de emenda constitucional) para obrigar que o ministro da Defesa seja efetivamente militar --uma vez que Jobim é civil. Na opinião de Jobim, Jucá não terá apoio dos parlamentares para aprovar a proposta.
"O senador tem o direito de apresentar as PECs que bem entender, a questão não é apresentar PEC, é conseguir aprová-la. Não acho nada", afirmou. Jobim disse que as críticas de Jucá são "irrelevantes" uma vez que pretende continuar o seu trabalho no ministério. "O doutor Ulysses tinha uma frase ótima, "cada dia com sua agonia´.".
Em um discurso, ontem, na tribuna do Senado, Jucá não escondeu a irritação com com Jobim, que prometeu afastar as indicações políticas da Infraero (estatal que administra os aeroportos). Jucá cobrou que o ministro diga publicamente o nome dos servidores que "sujam" a imagem da Infraero. O peemedebista --que teve um irmão e uma cunhada demitidos na estatal-- negou ter pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a readmissão dos parentes.
No discurso, o senador ameaçou apresentar PEC para assegurar que o ministro da Defesa seja um militar. Jucá ainda disse que o governo agiu de forma "mal educada" ao demitir o seu irmão da Infraero, uma vez que o senador nega qualquer indicação política para mantê-lo na empresa.
Jobim minimizou o embate dentro do PMDB em torno das demissões de afilhados políticos do partido na Infraero. "Não há tensão nenhuma. Não vamos confundir partido com integrantes do partido", disse o ministro.
Hoje, Jucá negou que a PEC tenha como objetivo retaliar Jobim na Defesa. "De forma nenhuma. Nós apoiamos as demissões. Não só a Infraero, mas todas as agências precisam ser profissionalizadas. E esta PEC só deve ser aprovada daqui a uns três ou cinco anos. Todo o ministério deve ser profissionalizado.".