Politica

Novo relator do caso Edmar avisa que vai ouvir os dois lados para tomar decisão

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postado em 14/05/2009 08:12
O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), novo relator no Conselho de Ética do caso Edmar Moreira (sem partido-MG), aprendeu com seu antecessor Sérgio Moraes (PTB-RS). O petista diz que se importa com a opinião pública e promete trabalhar em silêncio, sem antecipar o que pensa do processo. Fonteles se esquivou de armadilhas e se poupou. ;Não vou falar a minha posição porque é exatamente por isso que fui chamado. Vou ouvir quem for importante para esclarecer e vou apresentar o que penso por escrito e tornar público depois;, disse o novo relator. Nomeado numa canetada do presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), Fonteles lamentou que tenha assumido o posto com a destituição de Sérgio Moraes. Mas ele reconhece que a infelicidade das declarações do petebista, que ;se lixa para a opinião pública;, e a antecipação do desejo de arquivar a denúncia contra Edmar Moreira complicaram a situação de Moraes. ;Gostaria de ter assumido em outras circunstâncias, mas, como aqui tudo é difícil, um peso a mais, um peso a menos não faz diferença. Vou cumprir com o dever;, disse. Ele não escondeu o incômodo com a responsabilidade de decidir o futuro de um parlamentar. ;Este é um ônus que a gente recebe;, afirmou, e ainda mandou um recado: ;E esse cargo requer mais com silêncio do que palavras;. Mas isso apenas no Conselho de Ética. Ele não esconde posições polêmicas que defende. Por exemplo, religioso, é contrário ao aborto. ;Mas, quando se trata do Conselho de Ética, precisamos de cautela. Eu só vou opinar na hora certa. É preciso ouvir a defesa, ouvir os envolvidos, antes de qualquer coisa;, disse. Considerado um deputado independente na bancada, Fonteles sequer consultou o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), defensor de Moraes e contrário a um petista assumir a vaga deixada pelo petebista. Passagens Talvez por isso, Fonteles acabou sendo o único que aceitou ocupar o cargo. E não viu o envolvimento de uma assessora, que acabou exonerada, no escândalo da farra das passagens aéreas, como impedimento. ;Esse é um dos fatos para eu estar mais ainda à disposição. Estou com a consciência tranquila por tê-la exonerado e ela ter ido à comissão de sindicância desta Casa e revelado uma verdadeira máfia que agia aqui dentro;, afirmou o petista. A assessora intermediava e revendia com lucro a cota aérea do deputado para uma agência de turismo. O deputado nega que sabia das ingerências da servidora. O caso foi investigado pela comissão de sindicância da Câmara e repassado ao Ministério Público sob argumento de que a assessora admitiu o crime cometido. O deputado não esconde preocupação em ter esse caso esclarecido, espera o empenho do Ministério Público e até da Polícia Federal, mas agora quer se empenhar no caso Edmar. Antecipar opiniões, criticar a sociedade, lançar farpas à imprensa, não é com ele. ;Só sou deputado graças à opinião pública;, declarou. ;A opinião é muito variável e depende da realidade. O meu mandato é público. É importante ter um respeito mesmo que a gente discorde de algumas posições, o que é natural;, afirmou.

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