postado em 14/05/2009 08:59
O ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz (PT) anunciou sábado a renúncia à disputa pela candidatura ao Governo do Distrito Federal, mas seu principal rival, o deputado federal Geraldo Magela, ainda não assumiu oficialmente o posto. Apesar da desistência de Agnelo, o PT continua batendo cabeça quanto à escolha de seu representante nas próximas eleições. A avaliação entre petistas é que poderá surgir até mesmo um terceiro nome ainda não cogitado.
Por meio de sua assessoria, Magela informou que só fará um pronunciamento sobre a campanha depois que Agnelo comunicar oficialmente a posição. O ex-ministro do Esporte, por sua vez, tem se reunido com vários aliados no PT para explicar a postura adotada no sábado, durante debate no Gama, o primeiro com o adversário, como preparatório para as prévias. A várias pessoas, Agnelo tem dito que quer ser candidato a governador, mas não aceita prolongar até março de 2010 uma disputa interna. Ele avalia que esse embate vai inviabilizar qualquer pretensão do PT de concorrer com o governador José Roberto Arruda (DEM), que deverá disputar a reeleição, ou com o ex-governador Joaquim Roriz (PMDB), outro nome apontado como pré-candidato ao GDF.
Embora Agnelo esteja conversando com vários petistas e até mesmo com parceiros de outros partidos, muita gente ainda não entendeu o que ele quis fazer. ;Acho que o timing foi errado. Ele não poderia ter tomado essa decisão no primeiro debate. Deveria ter ouvido o que a militância tem a dizer;, analisa o deputado distrital Cabo Patrício (PT). Entre petistas, há uma avaliação de que Agnelo se antecipou a uma determinação da direção nacional que tem sinalizado a petistas de todos os estados uma preferência pelo projeto presidencial. Nessa estratégia, a direção do PT proibiu o lançamento de candidaturas antes do encontro nacional, que vai definir o arco de alianças para a possível campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. A preferência do partido é ampliar a bancada de deputados e senadores.
Tática
Aliados de Agnelo, no entanto, afirmam que a medida é apenas uma tática para transformá-lo no candidato a governador. Eles levam em conta que Magela não estaria, de fato, interessado em disputar o governo, já que tem se destacado no Congresso e, inclusive, conseguiu neste ano a relatoria-geral do orçamento da União para 2010, ano eleitoral. A avaliação é de que Magela estaria apostando na visibilidade da disputa para crescer como candidato à reeleição ou ao Senado. Sem um adversário, no entanto, ele perderia essa posição. Procurado pelo Correio, Agnelo disse que respeita a posição de Magela como candidato a governador.
Magela tem procurado desmentir essa informação em todos os debates e em entrevistas ao Correio. Ele sempre reitera a intenção de concorrer ao GDF. Nesta semana, no entanto, reclamou com políticos da postura de Agnelo e tem dito, em conversas reservadas, acreditar que é o ex-ministro do Esporte quem não quer ser candidato a governador. Ele afirma acreditar que o rival está, na verdade, em busca de uma campanha ao Senado, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O presidente regional do PT, Chico Vigilante, garante que a intenção real de Agnelo é disputar o governo, mas ele não quer colocar o partido num impasse que o leve a derrota. O deputado distrital Paulo Tadeu (PT) também aposta que Agnelo sonha com a candidatura. ;Acho que ele ainda poderá rever essa posição. Acredito que o PT encontrará uma solução para esse embate;, disse Tadeu.