postado em 14/05/2009 09:38
O deputado "que se lixa para a opinião pública" fez escola. Ontem, Sérgio Moraes (PTB-RS), destituído pelo Conselho de Ética da Câmara da relatoria do caso do deputado Edmar Moreira (Sem partido-MG), ouviu palavras de apoio de muitos colegas do PTB, quase sempre na mesma linha do parlamentar gaúcho de atacar a imprensa. ;Vejo esta Casa de joelhos para a imprensa, para prejudicar um colega nosso;, bradou o deputado Ernandes Amorim (PTB-RO). ;Não viemos aqui (ao Congresso) para sermos expostos a todo momento.
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), não gostou da comparação de Amorim e se sentiu diretamente criticado. ;O único lugar onde me ajoelho é na Igreja do Senhor do Bonfim;, reagiu. Petebista e gaúcho como Moraes, o deputado Paulo Roberto perguntou: ;Qual de nós não foi vítima da imprensa?; Referindo-se a setores da mídia, o deputado ensaiou uma tese. ;Fica a impressão de que existe um problema pessoal em relação ao nobre deputado Edmar Moreira;, afirmou.
Pedro Fernandes (PTB-MA) defendeu o relator destituído, mas disse pensar de forma diferente dele. ;Tenho medo da imprensa, da opinião pública. Obedeço à opinião pública;, declarou, antes de pedir uma solução negociada entre Moraes e Araújo. Outro defensor de uma saída menos traumática do relator, Abelardo Camarinha (PSB-SP), também deixou sua frase de efeito: ;A opinião pública elegeu Hitler, Mussolini e Collor. E absolveu Barrabás.;
O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), insistiu em que a saída de Moraes da relatoria ;pela força; parecia ;coisa da ditadura;. ;Já vi gente no Congresso dizendo que ia bater de cinto em jornalista. Já vi defenderem a pena de morte. Não concordo, mas tem de respeitar;, afirmou o deputado goiano. Nenhum petebista que defendeu Moraes na tarde de ontem pertence ao Conselho de Ética. Os colegas foram à reunião dar apoio e prestigiar o relator destituído.