Politica

Resistência do Senado em criar CPI da Petrobras causa discussão no plenário

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postado em 14/05/2009 20:57
A discussão sobre a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a Petrobras motivou nesta quinta-feira um bate-boca que durou mais de uma hora no plenário do Senado. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), cobrou a criação da comissão para apurar denúncias de procedimentos irregulares em pagamento de tributos e fraudes em licitações. O senador Mão Santa (PMDB-PI) e o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI) --que se revezaram na presidência-- se recusaram a oficializar a CPI. Após o líder do PSDB anunciar que o vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), iria retornar a Casa para ler a criação da CPI, Heráclito passou a presidência da sessão para a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que ignorou os apelos da oposição e encerrou a sessão. Virgílio ainda tentou assumir a presidência, mas foi impedido por Heráclito. O primeiro-secretário convocou uma reunião de líderes para a próxima segunda-feira para rediscutir o assunto. Durante o debate, Virgílio questionou a validade do acordo fechado hoje entre líderes de governo e oposição e que teria suspendido a criação da comissão até que o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, prestasse esclarecimentos ao plenário do Senado. O líder tucano argumento que o PSDB não estava representado na reunião que discutiu o adiamento da CPI. A audiência para ouvir Gabrielli está prevista para o próximo dia 25. O primeiro-secretário argumentou que a maioria dos líderes estava presente e, portanto, só o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ou o vice-presidente, poderiam anunciar a quebra do acordo e a criação da CPI. A oposição reuniu 32 assinaturas --eram necessárias 27. "Não há motivo para adiar a criação desta CPI. É um direito das minorias. O acordo independe do nosso direito de vê a CPI instalada. Nós encaminhamos diversos pedidos de esclarecimentos ao senhor Gabrielli e ele não respondeu", disse. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) também pressionaram. "Não queremos CPI contra a Petrobras. Somos a favor da Petrobras, do corpo técnico, do mercado, da importância, do que a Petrobras faz. Agora nenhuma direção está fora da linha de investigação. Por que não investigar a Petrobras? Vamos fazer uma investigação segura, seria e espero do governo o mesmo. E que o governo não coloque uma tropa de choque, mas gente seria que queira investigar", afirmou Guerra. Heráclito manteve a posição e chegou a ironizar a situação. "Imagina se o ex-senador Antonio Carlos Magalhães entrasse aqui, não iria entender nada. Eu estou sendo criticado pelo PSDB e elogiado pelo PT", disse.

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