Politica

Câmara: novo relator reaproveita trabalho de Sérgio Moraes

Substituto do deputado que se lixa para a opinião publica, Nazareno Fonteles quer ganhar tempo na análise do caso de Edmar Moreira

postado em 15/05/2009 07:50
O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), novo relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), decidiu seguir os passos de seu antecessor. Explica-se: ele não antecipou que deseja arquivar o caso ou que está se lixando para a opinião pública, como fez Sérgio Moraes (PTB-RS). O petista apenas vai aproveitar o plano de trabalho aprovado para acelerar o caso. Isso significa que ele não planeja ouvir mais nenhuma testemunha além do que está programado. Fonteles aceitou o planejamento de Sérgio Moraes para não perder tempo com o processo. Nessa agenda, ele espera ouvir Moreira na quarta-feira da próxima semana e, no dia seguinte, duas testemunhas numa só tacada: o funcionário responsável por administrar o uso da verba indenizatória da Câmara Roberlan Costa Lopes, e Jairo Almeida Lima, chefe da segurança das empresas do deputado dono do castelo milionário no interior de Minas Gerais . ;Estou mantendo o que já estava acordado. Só estou seguindo para acelerar o processo;, afirmou o relator do caso Edmar Moreira. O dono do castelo é acusado de mau uso da verba indenizatória. Nazareno rejeita qualquer orientação prévia, promete se debruçar sobre os documentos e fazer um trabalho sério. Ele avalia que o programa de Moraes é suficiente para realizar seus trabalhos. Os depoimentos devem ser encerrados no máximo daqui 15 dias, caso o funcionário da empresa de Edmar se recuse a comparecer na próxima semana. ;Vou suspender a minha agenda no estado para me concentrar mais. Se depender de mim, se os conselheiros não propuserem novos depoimentos, espero ter um relatório até 30 de junho;, disse o petista. ;O que puder adiantar, vou adiantando, prosseguindo.; Edmar Moreira responde a processo disciplinar por ter utilizado R$ 230,6 mil entre 2007 e 2008 para injetar nas próprias empresas de segurança privada: Ronda e Itatiaia. Edmar Moreira alega que precisa da escolta. O problema é que, segundo investigação da Corregedoria da Câmara, não há provas de que o serviço de fato foi prestado. Como as notas fiscais apresentadas eram sequenciais, a suspeita maior é que as duas firmas não tinham outro cliente. A estratégia de Nazareno segue uma orientação de técnicos do Conselho de Ética. Sérgio Moraes gostava de repetir que dois advogados do colegiado haviam o aconselhado a não ouvir mais ninguém e se debruçar apenas na defesa de Edmar Moreira e na peça de acusação formulada pela Corregedoria, comandada por Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA). O problema é que o petebista viu nisso uma brecha para aliviar para o réu e arquivar o processo por entender que o deputado do castelo estava sendo ;boi de piranha;. O deputado negou estar sendo pressionado por aliados de Edmar Moreira para fazer um relatório e voto brandos. Ele também negou qualquer tipo de acordo prévio para ser nomeado relator no lugar de Sérgio Moraes. ;Tenho me resguardado, não fui abordado e não estou sentindo pressão. Se houvesse algum constrangimento, seria algo extremamente ruim;, disse. O petista sustentou que se tivesse ocorrido um acordão ele mesmo deveria ser alvo de um processo disciplinar na Câmara. » Na internet: se você tem alguma informação sobre o tema ou deseja opinar, escreva para

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