Politica

Planalto e oposição trocam acusações sobre CPI; base tenta derrubar investigação

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postado em 15/05/2009 18:26
O primeiro escalão do governo federal e a oposição trocaram ataques sobre a criação da CPI da Petrobras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o PSDB e chamou a criação da CPI de "irresponsável" e "briga de adolescente". A oposição, por sua vez, chamou Lula de "autoritário". "Ele imita os governos militares. Ele usa frases do [Ernesto] Geisel, do [Emílio Garrastazu] Médici", disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). A crítica do líder do PSDB foi uma resposta aos ataques de Lula ao partido. "Acho estranho que partidos que governaram o país por oito anos tomem uma decisão irresponsável como essa. Parece briga de adolescente. Não há explicação lógica para essa CPI", disse Lula. Lula disse ainda que não era patriota criar a CPI. "Num momento de crise internacional, levantar uma CPI contra a Petrobras é ser pouco patriota, pouco responsável pelo país.". O presidente afirmou que não acredita na existência de irregularidades na Petrobras que precisem ser investigadas. "O país não pode viver uma eterna CPI porque há outros meios de investigação.". O ministro de Relações Institucionais, José Múcio, disse hoje que o governo tentará reverter até o fim do dia a CPI da Petrobras. "Vou trabalhar durante o dia com os líderes, senadores e aqueles que nos ajudam para convencer os parlamentares a manter o acordo que foi feito ontem, de que o presidente da Petrobras [José Sergio Gabrielli] falaria numa comissão daqui a dez dias. Se as dúvidas fossem sanadas, não haveria CPI", disse Múcio. Esvaziamento O Planalto também está empenhado em derrubar a CPI. O requerimento que criou a CPI tinha a assinatura de 32 senadores. Eles têm até a meia noite de hoje para retirar as assinaturas. Para ser instalada, a CPI precisa de ao menos 27 assinaturas. O pedido de retirada de nome pode ser feito por fax. Nenhum nome havia sido retirado até as 17h. O vice-líder do governo no Senado, Gim Argello (PTB-DF), disse que conseguirá derrubar a instalação da CPI da Petrobras com a ajuda até de integrantes de partidos de oposição. Segundo Argello, senadores do DEM, do PDT e do PTB se comprometeram a retirar seus nomes do requerimento. Cinco senadores dessas legendas assinaram o requerimento. Fora isso, Argello diz que os senadores do PMDB também recuarão e tirarão seus nomes do requerimento. Com isso, pelos cálculos de Argello, a CPI será derrubada por insuficiência de nomes no requerimento de criação. "Isso é maior do que se imagina. Não se trata apenas de uma investigação na Petrobras. Temos que pensar que estamos em um momento de crise e estamos nos saindo bem. Mas não podemos correr o risco de pegar a quarta maior empresa do mundo e fazer política com ela. Isto pode mergulhar o país na crise", disse Argello. Virgílio disse que não acredita na retirada de assinaturas. "Eu não temo nenhum recuo. Acho que tem havido prática das pessoas assinarem e depois começa a barganha. Milagrosamente retiram e se a gente acompanha a leitura do ´Diário Oficial´ a gente entende a retirada. Mas essas assinaturas são firmes", disse. O líder do DEM no Senado, Agripino Maia (RN), diz que os senadores do partido que o consultarem não recuarão. Agripino pretende reunir a banca na terça-feira para discutir a indicação dos integrantes da comissão. "Quem me ouvir, não vai tirar o nome.".

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