postado em 17/05/2009 10:19
Um dado assombra os distritais que pretendem prolongar a permanência na Câmara Legislativa: o baixo índice histórico de reeleição na Casa. Em 22 dos 27 estados, o percentual de permanência dos deputados à frente do mandato foi maior do que o registrado no Distrito Federal. Nas últimas quatro legislaturas, a média dos que conseguiram manter a vaga no Poder Legislativo local foi de 11 políticos, levando em conta um total de 24 cadeiras. Portanto, menos da metade dos postos existentes.
Entre as especulações feitas pelos próprios distritais para entender a rabeira no ranking de reeleição são citadas as características de capital federal que, segundo defendem políticos locais, tornam maiores o patrulhamento no DF e a cobrança sobre os integrantes da Câmara Legislativa. ;Num estado pequeno como o nosso e que respira política, os eleitores estão o tempo todo batendo em nossa porta para saber o que a gente fez ou deixou de fazer;, diz o atual presidente da Câmara, Leonardo Prudente (DEM), que nas últimas eleições conseguiu escapar das estatísticas e garantiu a recondução.
Mas ele integra o conjunto da minoria que manteve o mandato. No grupo dos que se desligaram da Câmara Legislativa, alguns tentaram voos mais altos, mas boa parte dos políticos que cumpriram mandato entre 2003 e 2006 foram derrotados nas urnas: Chico Floresta (PT), Chico Vigilante (PT), Eurides Brito (PMDB) (que acabou assumindo no lugar de Pedro Passos), Ivelise Longhi (PMDB), Odilon Aires (PMDB) e Peniel Pacheco (PSB).
Outros ainda, como é o caso de Fábio Barcelos e Vigão, desistiram de concorrer para evitar frustração com a quantidade de votos. E houve até quem tenha ficado impedido legalmente de se lançar candidato. Caso de Carlos Xavier ; cassado depois de ter sido acusado de participação em assassinato.
Atuação
Na visão do professor da Universidade de Brasília Lúcio Rennó, que coordena um estudo sobre o desempenho dos deputados distritais no DF, o alto índice de renovação deve ser analisado sob o ponto de vista da atuação do deputado e expõe um desempenho duvidoso dos parlamentares.
O professor avalia como negativa, do ponto de vista da produção parlamentar, a substituição a cada legislatura da maioria dos distritais. ;Estudos teóricos feitos em todo o mundo apontam que índices muito altos de renovação dificultam a especialização do deputado e criam entraves para que ele influencie no processo legislativo, mas a troca dos deputados ainda é a única arma que o eleitor tem para punir os maus políticos;, alerta o professor.