postado em 18/05/2009 14:19
A bancada do PDT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e a Direção Estadual do partido se reúnem amanhã para decidir se assina a CPI para investigar denúncias contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). A tucana e integrantes de seu governo são acusados de desvio de dinheiro no Detran-RS, fraude em licitações e caixa dois na campanha eleitoral de 2006.
O requerimento com o pedido de investigação já tem 12 das 19 assinaturas necessárias para instalar a CPI. Por enquanto, assinaram nove deputados do PT, um do PC do B e dois do PSB. O DEM disse que só assina o documento se a oposição conseguir pelo menos 17 adesões.
O líder da bancada do PDT, deputado Adroaldo Loureiro, disse que o partido ainda analisa "elementos técnicos e jurídicos" do requerimento para decidir pela adesão ou não à CPI. "Só vamos definir amanhã, durante a reunião", disse.
Divisão no partido
A reportagem apurou que dos seis deputados do PDT, dois estão dispostos a assinar, dois demonstram maior resistência e outros dois estão indecisos.
Segundo interlocutores, parte do PDT resiste em assinar porque deseja um papel de protagonista na investigação contra a governadora. Para outros, no entanto, a resistência se deve à proximidade das eleições de 2010.
O partido também quer cautela para não atuar em favor dos interesses do DEM, que assumiria o governo caso Yeda fosse afastada do cargo. O vice-governador, Paulo Feijó, é do DEM, e já fez denúncias contra Yeda.
Caixa 2
Reportagem da revista "Veja" desta semana reforça as suspeitas sobre a existência de caixa dois na campanha tucana de 2006. Uma troca de e-mails, em setembro de 2006, entre Feijó, então candidato a vice, e o tesoureiro da campanha de Yeda indica que foram recebidos pelo menos R$ 25 mil não declarados à Justiça Eleitoral.
A reunião do PDT de amanhã será na hora do almoço e, além dos seis deputados, contará com a presença do presidente estadual da legenda, Romildo Bonzan, o prefeito de Osório (RS).