postado em 19/05/2009 15:54
A cúpula do governo reuniu os líderes aliados nesta terça-feira para afinar o discurso em torno da CPI da Petrobras. No encontro, que durou mais de três horas, os governistas decidiram tirar proveito da comissão de inquérito. A ideia é desgastar a oposição. Para isso, os líderes governistas reforçaram os sinais de que o governo e seus aliados vão ficar com a presidência e relatoria da CPI.
"Nós queremos aprofundar [na CPI] o papel da Petrobras e colocar em discussão o papel do novo marco regulatório do petróleo", disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) reforçou as declarações do petista. "Essa CPI vai ser importante até para a sociedade conhecer melhor a Petrobras", afirmou.
Ficou definido que os partidos governistas vão fechar na quinta-feira a lista dos integrantes da CPI. Segundo o do líder do PT, o governo Lula, ao contrário do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sempre buscou entendimento com a oposição sobre os cargos de comando de CPIs, mas este não seria o momento para acordo.
"No passado, não existia entendimento em torno da presidência e da relatoria. Nós, no governo Lula, fizemos acordos sobre a presidência e relatoria, mas há momento do sim e há momento do não [ceder espaço]. Mas isso também só vai ser decidido após a indicação dos integrantes", afirmou.
Apesar de voltar a criticar a oposição -- argumentando que o PSDB quebrou o acordo fechado pelo colégio de líderes do Senado que tinha suspendido a instalação da CPI até que o presidente da estatal, Sérgio Gabrielli, prestasse esclarecimentos no plenário do Senado--, Mercadante disse que há espaço para diálogo. "Eles quebraram um acordo com o colégio de líderes, um acordo de procedimento, mas sempre podemos conversar", disse.