Politica

ACM Junior diz que não vai fazer pirotecnia se for presidir CPI da Petrobras

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postado em 20/05/2009 15:53
Indicado pela oposição para presidir a CPI da Petrobras, o senador Antônio Carlos Magalhães Junior (DEM-BA) prometeu nesta quarta-feira conduzir as investigações de forma equilibrada caso seja escolhido para o cargo. Conhecido entre os senadores pelo temperamento sereno, ACM Junior disse que não vai fazer "pirotecnia" na CPI mesmo sendo um representante da oposição. "Eu sou uma pessoa confiável, sou responsável, não vou fazer pirotecnia. O Sérgio Gabrielli [presidente da Petrobras] é do PT, mas demos aulas juntos na universidade. Nossas relações sempre foram boas", afirmou. Ao classificar Gabrielli como uma pessoa "preparada", ACM Junior disse que pretende inicialmente tomar conhecimento das denúncias contra a Petrobras antes de aprofundar as investigações sobre a estatal na CPI. "Na medida em que vai se descobrindo as coisas, tomamos providências", disse. O senador afirmou que, se for escolhido presidente da CPI, terá como prioridades investigar a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, assim como a descoberta de petróleo na camada pré-sal. ACM Junior também promete investigar a ANP (Agência Nacional de Petróleo), especialmente no que diz respeito à fiscalização de recursos repassados pela Petrobras para ONGs (organizações não-governamentais) e prefeituras. Filho do senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007, o parlamentar é pai do deputado ACM Neto (DEM-BA), corregedor da Câmara e ex-líder do DEM na Casa. Acordo A expectativa é que o DEM e o PSDB selem nesta quarta-feira um acordo em torno da indicação de ACM Junior para presidir a CPI. Como o senador tem bom trânsito dentro da base aliada, os partidos de oposição avaliam que o democrata terá mais chance de impedir que os governistas fiquem com a relatoria e a presidência da comissão. A disputa entre líderes do PT e do PMDB para ter nas mãos o comando da CPI também pode facilitar a escolha de ACM Junior. A preocupação do governo com o PMDB se justifica porque o partido será o fiel da balança da comissão, preenchendo, ao lado do PP, três das 11 vagas titulares. O histórico do PMDB em CPIs recentes, na avaliação do governo, não é animador. Os peemedebistas não atuaram com o governo nas recentes CPIs dos Bingos e dos Correios. O receio do governo é se tornar refém dos peemedebistas que nada fizeram para impedir a criação da CPI da Petrobras no Senado. O governo se sentiu abandonado por tradicionais aliados do PMDB, como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) e o líder do partido, Renan Calheiros (AL). Por outro lado, os governistas contam com ajuda de senadores do DEM --o senador Adelmir Santana (DF) chegou a retirar sua assinatura--, que se esforçam para mostrar uma postura mais cautelosa quanto à CPI.

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