postado em 20/05/2009 17:48
O Conselho de Ética da Câmara adiou para a próxima terça-feira o interrogatório do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) pelos integrantes do órgão disciplinar. Edmar apresentou sua defesa hoje por quase três horas, mas a reunião teve que ser suspensa porque a sessão de votação em plenário teve início. Com isso o deputado não foi interrogado pelo relator nem pelos colegas. Moreira sinalizou que não deve comparecer porque enfrenta problemas de saúde.
Antes de suspender o depoimento, Edmar alegou perseguição política e apresentou um requerimento de suspeição pedindo que os dois integrantes do DEM que fazem parte do órgão disciplinar não participem do julgamento de seu processo por quebra de decoro parlamentar.
O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que o requerimento vai ser anexado à defesa, mas que não seria votado por falta de previsão legal.
Edmar argumenta que passou a ser discriminado pelos dirigentes do DEM --seu antigo partido-- por ter decidido apresentar na eleição da Mesa da Câmara sua candidatura avulsa ao cargo de segundo vice-presidente, concorrendo com o candidato oficial do DEM, deputado Vic Pires (PA). Edmar venceu, mas foi levado a renunciar ao cargo após as denúncias de uso irregular de verba indenizatória e suspeita de não ter declarado à Justiça Eleitoral a propriedade do castelo de R$ 25 milhões que construiu no interior de Minas.
"O que levou à minha perseguição foi a vitória acachapante contra a candidatura oficial do DEM. Inúmeros perceberam o ânimo de vingança do líder do DEM [ Antonio Carlos Magalhães Neto] de vingança, prova disso foi a desfiliação minha e de meu filho [Leonardo], deputado estadual em MG" A deputada Solange Amaral (DEM-RJ) rebateu às acusações e afirmou que o deputado está utilizando o ataque como defesa. Ela disse que o parlamentar não deixa claro seus motivos. A deputada carioca apresentou o documento em que o partido conhece uma ação declaratória de justa causa para a desfiliação partidária.
"A melhor defesa é o ataque, isso se passa aqui hoje nessa sessão do Conselho e é um constrangimento para todos nós", disse.