postado em 20/05/2009 18:46
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir com os líderes da base aliada no Senado para discutir a instalação da CPI da Petrobras na Casa. O encontro deve ocorrer na semana que vem, depois que o presidente retornar de viagem aos Emirados Árabes, China e Turquia. Antes da reunião com Lula, os líderes governistas não devem indicar os senadores que vão integrar a CPI.
"O presidente está viajando, mas tem a preocupação de que a Petrobras não seja atingida. É preciso investigar, mas sem expor a empresa. Os líderes têm autonomia para indicar os membros da CPI, mas eu entendo que os líderes só devem ter esses nomes na próxima semana", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
O peemedebista nega, porém, que Lula vá interferir na escolha dos senadores governistas que vão participar da CPI. Na prática, porém, o Palácio do Planalto pretende escalar senadores alinhados com o governo para evitar surpresas e eventuais dissidências em meio às investigações.
Lula tem preocupação especial com o PMDB, que manifestou publicamente a irritação da legenda com o governo após a demissão de afilhados políticos do partido na Infraero. Desde então, as relações entre o PMDB e o governo seguem estremecidas no Legislativo.
Jucá negou, porém, que o governo esteja disposto a escalar sua "tropa de choque" para blindar a Petrobras nas investigações. "Não precisa de tropa de choque. Não queremos confronto, mas um trabalho produtivo. A recomendação é que a base aliada trabalhe unida e preserve a Petrobras. Tudo isso é motivo de atenção do governo", disse o líder.
Na opinião de Jucá, cada líder partidário da base aliada deve ter autonomia para indicar os nomes que achar mais conveniente para a comissão. "Cada um pode escalar o time quando achar melhor no seu partido", afirmou.
Indicações
Os governistas trabalham para que sejam indicados senadores de "peso" à CPI com o objetivo de neutralizar as ações da oposição na comissão. Jucá se colocou à disposição do PMDB para integrar a CPI, enquanto o PT avalia indicar a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), líder do governo no Congresso, para uma das vagas da legenda.
O PSDB, por sua vez, escolheu senadores da cúpula do partido para reforçarem o time da oposição na CPI: Sérgio Guerra (PSDB-PE), presidente da legenda, Tasso Jereissati (PSDB-CE), ex-presidente do PSDB, e Álvaro Dias (PSDB-PR), responsável pelo requerimento de criação da CPI.
Ao contrário da oposição, que já escolheu os senadores que vão integrar a comissão, a estratégia dos governistas é retardar as escolhas para atrasar o início dos trabalhos da CPI.